NEOTRIBALIDADE DIGITAL CONTEMPORÂNEA:
Pontos de inflexão e caminhos disruptivos no mercado da música brega em Belém/PA
Brega. Etnografia digital. Cibercultura. Mercado musical. Tribalismo contemporâneo.
A presente tese propõe investigar como se desenvolve a produção, circulação e consumo da música brega durante e após o enfrentamento da pandemia Covid-19 e as tensões geradas a partir dos suscetíveis e supostos imbricamentos nos principais nichos mercadológicos digitais. Esta investigação não objetiva fazer uma construção histórica do brega, mas lançar um olhar interpretativo sobre ele - no contexto de distanciamento social e lockdown imposto em nível mundial como forma de contenção do contágio e proliferação do Coronavírus nos anos de 2020/2021 - da sua adaptabilidade nos estágios de sua cadeia midiática. Proponho focalizar o ponto de inflexão do fazer musical do brega, de sua acepção mercadológica e posicional nas paragens digitais, tendo como recorte etnográfico atores que constituem a cena brega de Belém do Pará, em destaque o cantor Wanderley Andrade, o produtor e gerente musical da Secretaria do Estado do Pará (SECULT) Allan Carvalho, o técnico de som Naldo Brandão e demais personagens que constituem o evento. O uso de novas tecnologias e mídias, as adaptabilidades do mercado da música, bem como a análise das particularidades cotidianas de uma sociedade em transição são temas caros a este estudo, tendo a etnomusicologia como chave elementar para elucidar os entremeios onde sojornam confluências e disrupturas, entre os quais: music bussines, cosmopolitismo, tribalismo, tradição e tecnologia, temas estes que podem, consequentemente, trazer contribuições não apenas para o campo teórico, como, também, para o âmbito cultural.