Memória e Performance: por uma educação sensível em processos de ensino/aprendizagem
Educação sensível. Performance. Memória. Ensino de Arte. Belém do Pará.
A presente pesquisa de mestrado discorre sobre experiências que emergem do encontro entre memória e performance, tanto no campo teórico-metodológico, quanto na prática de pesquisa, e suas relações com o ensino de arte. Neste trabalho, buscamos compreender o espaço da sala de aula como lugar de formação de sensibilidades, a partir de experiências com a arte, em especial a performance enquanto linguagem, compreendendo a sala de aula como um espaço liminal e a própria educação como um ato performativo. Desse modo, o objetivo principal desse trabalho é refletir sobre as vivências de formação e de interação realizadas com três turmas do ensino fundamental de uma escola pública do bairro do Guamá, em Belém-PA, e analisá-las no contexto das discussões dos estudos da memória como lugar potencializador de sujeitos e de suas histórias de vida, suas narrativas, suas experiências de vida e de arte. Temos enquanto campo teórico-metodológico a chamada pesquisa-ação (TRIPP, 2005) que partiu de pesquisa bibliográfica, e também autobiográfica, ao propor a discussão de conceitos de memória, pautados em autores como Halbwachs (1994) que inicia as discussões sobre a memória ser uma função social e comunicativa, Pollak (1992) e Assman (2011), quando propõem reflexões sobre os sentidos socioculturais dos lugares e formas de memórias, de silenciamento e sobre as experiências culturais de sujeitos sociais; e dos estudos da performance, tais como Schechener (1985) e Icle (2017), que analisam e refletem sobre a linguagem performativa e suas dimensões plurais. Desse modo, este trabalho revela a importância do desenvolvimento de práticas pedagógicas em e com a arte, no envolvimento com histórias, reminiscências, experiências de vida em suas dimensões individuais e coletivas, contempladas na pedagogia performativa; e que revelam a força que tem um processo educativo que aconteça por meio da coparticipação dos sujeitos envolvidos, marcando um importante território, a Escola, espaço da experimentação das mais diversas linguagens, inclusive a artística que, quando trabalhada por meio de processos sensíveis de ensino/aprendizagem, se tornam potentes no cenário de transformações que vive a educação e os processos de escolarização na contemporaneidade.