A ATRIZ DA DIÁSPORA:
um estudo sobre a poética-política de Zélia Amador de Deus
Zélia Amador de Deus. Feminismo Negro. Teatro. Amazônia. Diáspora.
O trabalho analisa, a partir do conceito de corpo performático do negro da diáspora, de Zélia Amador de Deus, a trajetória artística dessa atriz e diretora e o seu caráter poético-político. A pesquisa foi dividida a fim de analisar suas três principais personagens: Catirina, personagem do auto Coronel de Macambira (1972); Suely, personagem da peça Quarto de Empregada (1976); e personagem sem nome, interpretada para o espetáculo Theastai Theatron (1983). A reflexão que norteia a pesquisa é feita à luz do feminismo como perspectiva de análise crítica e teórica das categorias de classe, raça, gênero, conforme teorizado pela filósofa Angela Davis (2016) e combate ao epistemicídio, categoria de pensamento realocada pela filósofa Sueli Carneiro (2005). Ao traçar a trajetória artística de Zélia Amador de Deus encontro uma nova forma de pensar a construção do corpo do negro da diáspora e de seus descendentes pelo viés performático que representa os atravessamentos político-socio-culturais que diferenciam ainda hoje esse corpo. Por se tratar de uma problemática que inicia no corpo e não se desvincular dele, as análises partem do corpo de suas três principais personagens para demonstrar não apenas a evolução artística da atriz, mas principalmente a evolução política e existencial de uma mulher negra na Amazônia.