IMAGENS NA HISTÓRIA DA MODA: cânones e permanências
historiografia da moda; imagens sobreviventes; cânones.
Este trabalho visa construir análise teórica sobre as imagens na história da moda partindo do processo de interface entre os campos de conhecimento da História da Arte e da História da Moda, e tendo como objeto norteador e disparador de questionamentos o livro Três Séculos de Modas, de João Affonso do Nascimento, publicado em 1923. Pretende-se entender o fenômeno de uso das representações visuais dentro da disciplina, e com isso, discutir o processo de construção de conjuntos de imagens que se constituem como cânones neste campo de conhecimento, por meio de conceitos envoltos na produção, difusão, e geração de valor historiográfico dentro dos livros de história da Moda. A metodologia principal deste trabalho de observar o processo de apropriação e uso de imagens no campo da história da moda se dá através de mapeamento iconográfico e referencial, relacionando a conexão “anacrônica” da obra Três Séculos de Modas com outros livros da área publicados no Brasil. Assim, neste texto de qualificação serão apresentadas as primeiras acepções sobre os temas que constroem a base teórica para o vindouro processo de análise. São apresentados dois capítulos, o primeiro referente aos “cânones” da disciplina história do vestuário, da qual o livro de Affonso é discípulo, discutidos por autores como Lou Taylor (2004), Valerie Cumming (2004), Daniel Roche (2007), assim como um esboço de uma história dos livros de história da moda publicados no Brasil; e o segundo capítulo traz à tona concepções do campo da história e crítica da arte para discutir os objetos que interessam a pesquisa, dando destaque à teoria da “sobrevivência das imagens” de Georges Didi-Huberman, amparada pelas concepções de Aby Warburg, que também serão inspirações para metodologia de compilação e estudo das imagens e suas “permanências”.