Travessias de Contato: experiências em improvisação para a instauração de uma poética imprevisível
composição, improvisação, experiência, contato
Essa escrita memorial é uma encruzilhada, no meio está a viajante, provocadora e artista-pesquisadora que movida por incidentes reencontra o arquétipo do Mago, o mensageiro, que diz - Sou todas as artes em potência, tenho a habilidade com o tempo presente, viajei longas distâncias e trago ferramentas para compartilhar nesta travessia, desejo um corpo coletivo que dá passagem, e apenas por isso atravessa e é atravessado. - Dar passagem é uma ideia presente na pesquisa de Bondía (2002) sobre o sujeito que vive a experiência, que também é “travessia”. Na busca por ferramentas para a pesquisa me deixo conduzir pelo contato improvisação (CI) para a participação em residências, festivais e laboratórios; são acontecimentos que movem a pesquisa e com isso a cartografia como procedimento, inspirada na obra de Deleuze e Guatarri (2012), encontra princípios que nutrem a composição da poética. As experiências práticas se encontram com abordagens sobre a improvisação, o intérprete-criador e a composição em tempo real a partir das pesquisas de Mayrla Andrade (2012), Waldete Brito (2012), Eleonora Leal (2012), Ana Flávia Mendes (2008), Hugo Leonardo (2008), Ana Mundim (2018) e Ciane Fernandes (2018). Esses estudos, trazem princípios para a realização de uma prática em laboratório conduzido pelo CI a partir da imagem-força da “travessia”, o que gera um ato performativo de composição em tempo real.