“TROCOU”: Auto-etnografia em Dança de Salão de uma Dançarina Amazônida
Dança de Salão; Memória; Performance; Antropologia da Dança
A presente pesquisa pretende investigar as práticas de Dança de Salão a partir da reflexão sobre os padrões estéticos que evidenciam essa prática artística, fruto de uma experiência cultural amazônica. O estudo se propõe, ainda, a lançar um olhar sobre as inter-relações que envolvem saberes, manifestações culturais e produções artísticas no contexto sociocultural da região nordeste do estado do Pará, a partir das memórias corporais e cênicas que envolvem a pesquisadora, gerando um processo de tomada de consciência e descoberta, por meio de uma auto-etnografia. O campo teórico-metodológico, juntamente com as vivências artísticas experenciadas, permite dilatar e fundamentar análises pautadas no campo dos estudos da performance, com Schechner (2003) e Ligiero (2011); da memória, com Le Goff (2003) e Bezerra (2013); e, também, da sociologia da arte, com Bourdieu (1998); da antropologia da Dança/performance com Camargo (2018); com a auto etnografia a partir do diálogo com Fortin (2009), considerando o fenômeno da sincronicidade desenvolvido por Jung(1971) e, também, por Flood (2010). Com o presente estudo, percebe-se que as predefinições sobre as práticas que envolvem a Dança de Salão, ainda hoje, são atreladas aos princípios colonizadores firmados entre os séculos XV e XVIII, difundidos até os dias atuais, os quais não consideram o Ser (corpo-mente-espírito) em sua diversidade. Por isso, quer-se discutir as questões socioculturais presentes nas relações humanas ligadas à Dança, como, por exemplo, as econômicas e de segregação de classes sociais, analisando suas possíveis influências no fazer artístico. Essa dissertação de mestrado traz as vivências e experiências que atravessam a pesquisadora/sujeito/participante, as quais não estão contempladas, ainda, pelos estudos da Dança de Salão no Brasil. Portanto, parte dessa questão a importância que justifica esse trabalho, um dançar a dois, aconchegado em um abraço brasileiro, a partir do convite feito por uma mulher, bailarina, dançarina, pedagoga, performer, mãe e pesquisadora amazônida.