Puta, Pistoleira, Dona de Cabaré: a espetacularidade do corpo-cavalo-travestido de Dona Rosinha Malandra no Terreiro da Cabocla Herundina e de Dona Rosinha Malandra. Icoaraci – PA.
Umbanda. Mãe de Santo. Dona Rosinha Malandra. Incorporação. Espetacularidade. Corpo-Cavalo-Travestido. Vugaborboleta.
Por linhas sinuosas de pensamentos aéreos, tecidos por uma escritora-borboleta, escrevo sobre o corpo-cavalo de Dona Rosinha Malandra, entidade da esquerda umbandista. Dona Rosinha é recebida por Rosa Luyara, Mãe de Santo trans da periferia de Belém, fator matricial para desenvolver epistemologias libertárias, a partir de um pensamento imoral proveniente dos atravessamentos poéticos, vivenciados pela atriz-pesquisadora-bacante na encruzilhada afetiva da Umbanda Amazônica. Sob a imagem poética da vulgaborboleta, a metodologia dessa tese compreende esse estudo como doces mortes para novas vidas transformadas. Pupas, vulvas, quentes casulos, estranhamentos de si na compreensão da casa-cosmos, perfumada com perfume de cobra, força motriz de um corpo-cavalo-travestido. Puta, Pistoleira, Dona de Cabaré revela mistérios, segredos de uma cosmovisão malandra, pertencente a um tempo presente, a serviço do empoderamento social de toda uma comunidade. Esta tese é uma tese feminina, transformadora, transgressora, deliciosamente imoral. Os corpos dessa pesquisa desejam alçar ardentes voos borboletários.