DISPOSITIVOS-MAPAS de uma rede de espaços artísticos autopoiéticos de Belém do Pará
Dispositivos; Mapas; Rede; Espaço; Autopoiese;
Esta ação de pesquisa cartografa, pela inscrição performativa de mapas, os dispositivos poéticos e de gestão de uma rede de espaços artísticos autopoiéticos de Belém do Pará, entendidos como unidades autônomas pela totalidade sui generis de sua composição poética-política, cuja capacidade de se autogerir como estratégia de resistência, sobrevivência e amadurecimento de seu fazer dentro de um contexto cultural da cidade, dialoga com a estrutura e o sentido que criou para si. Espaços independentes, autônomos, autogestionados e intencionais, são outras terminologias dadas ao que é definido aqui como espaço artístico autopoiético, sendo este o lugar gerido por artistas que firmam uma produção poética com potência política, ao promover, de modo autônomo, práticas de intervenção, formação e experimentação artística que se constituem como micropolíticas para cidade. O termo autopoíetico é uma declinação do conceito de autopoiese, dos biólogos chilenos Humberto Maturana e Francisco Varela, acionado para sustentar um pesquisar na diferença, na medida em que os espaços se autogerem como poiese de um artista ou coletivo que interage de modo cognitivo com seu meio, produzindo subjetividades que estruturaram, de forma singular, suas atividades, processos criativos, discursos ideológicos, modos de se definir, organizar, e constituir territorialidades na cidade. Essa poiese que resulta numa obra de arte enquanto fenômeno do lugar, faz um deslocamento do seu sentido estritamente material, ampliando esse fazer para as relações de produção e vivência do espaço enquanto obra. A rede de espaços artísticos autopoiéticos, nesse sentido, é heterogênea, polifônica, e se comunica de modo colaborativo como um organismo sistêmico pulsionado pela insurreição de corpos que encontram no circuito de afetos seu fluxo condutor.