TEIA DE PYKA-TÔ-TI: RELAÇÕES MÍTICA E MÍSTICA DAS ESPETACULARIDADES JÊ NA AMAZÔNIA BRASILEIRA.
Mẽbêngôkre-Kayapo, corpo, etnocenologia, experimento artístico-performativo
No começo do século passado, o Povo Mẽbêngôkre-Kayapó, tronco linguístico Jê, morava em uma grande aldeia denominada Pykatôti (HAMU, 1992). Na contemporaneidade, aldeias Mẽbêngôkre estão localizadas nas margens do Rio Fresco e do Rio Xingu no estado do Pará – Amazônia brasileira (POSEY, 1979) (TURNER, 1992), (PEQUENO, 2004). Nesta perspectiva, o trabalho tem como objetivo investigar noções de corpo (VIVEIROS, 2013;2015) dentre os Mẽbêngôkre-Kayapó para criação artística como premissa etnocenológica (BIÃO, 2009; 2007) em um percurso lógico e deontológico (SILVA, 2012). A metodologia desta pesquisa, denominada teia da aranha, é tecida por meio da representação estética do mito kapran ok, que sugere as tramas da aranha como forma de construção mítica e mística do pensamento ameríndio Mẽbêngôkre-Kayapó, sendo fiada por meio de publicações em revistas especializadas, na corpografia, no ativismo etnocenológico e na apresentação de experimentos artísticos. Como artista-etno-pesquisador (CABRAL, 2016), experimento artisticamente, noções de corpo Mẽbêngôkre em work in progress (COHEN, 1998) através do estado artístico-performativo - Círculo de Pykatoti - e na materialidade artístico-reflexiva tramada na cosmovisão ameríndia. Na tessitura dos fios das tramas, contínuas e descontínuas, trazemos: Armindo Bião (2009), Lux Vidal (2009), Eduardo Viveiros de Castro (2015;2013), Levi-strauus (1908; 1975; 1991), Els Lagrou (2009), Richard Schechnner (2012; 2013), Michel Maffesoli (1944), como referenciais teórico-metodológico. Os resultados preliminares são aproximações das noções de corpo, dentre o subgrupo Mẽbêngôkre-Kayapó, experimentados no corpo-artístico, nas tramas da sensorialidade teórico-prática da pesquisa em artes cênicas.