Guarda-roupa Encantado: Espetacularidade das Roupas de Caboca do Terreiro Estandarte de Rei Sebastião, Outeiro - Pará.
Roupa de Caboca. Espetacularidade. Tambor de Mina. Mito. Etnocenologia.
Fundamentada na Etnocenologia em sua perspectiva transdisciplinar, esta pesquisa buscou compreender a Espetacularidade das roupas utilizadas por Mariinha de Jesus Costa Feio, mãe-de-santo e zeladora do Terreiro Estandarte de Rei Sebastião, localizado na Ilha de Outeiro, no Pará. As roupas são vestidas em dias que se festeja as entidades Cabocas do Tambor de Mina, Herondina e Maria Légua – chefa e contra-chefa da mãe-de-santo respectivamente – e que pertencem a uma categoria de Encantados do panteão mineiro – conforme Luca (2010), os encantados são descritos como os que não passaram pela experiência da morte e fizeram morada em Encantarias: matas, rios, entre outros ambientes. Para compreensão destas roupas e vivência plena junto ao fenômeno pesquisado, valeu-se dos pressupostos da pesquisa etnográfica de Geertz (2014); o período de vivência no Terreiro compreendeu de junho de 2015 a maio de 2016, no qual se vivenciou duas festas: da Caboca Herondina em agosto e da Caboca Maria Légua em dezembro. Esta pesquisa visa contribuir para os estudos Etnocenológicos na Amazônia, tendo em vista a força e a tradição do Tambor de Mina no Pará. Destaca-se também a importância para os que trabalham com roupas em um contexto geral e mais especificamente aos Figurinistas, pois durante as reflexões e escrita desta dissertação, assumi a proposição autoral da figurinista-etnocenológica, que necessita exercitar constantemente o olhar ontológico – no sentido elaborado por Paes Loureiro (2008). Exercício este que ajudou a compreender o caráter espetacular dessas roupas, que para sua feitura atendem especificidades previamente organizadas, sobressaindo o que a mãe-de-santo deste lugar diz sobre as suas Cabocas e os Mitos relacionados a Dona Herondina e Dona Maria Légua.