MEU QUINTAL DO FAZ DE CONTA: A Trajetória de uma atriz e seus mestres
Estética da existência; Memória; Escrita criativa; Escritura de si; Processo criativo.
Com a dissertação busco inventariar meu universo de referência, onde identifico, revelo os traços vivenciados e produzidos em minha existência, reflito as memorias considerando o universo simbólico em que vivi e os contatos com teóricos e teorias que estudam a Memória. Em ambos os casos (nos encontros e nos fatos), pressinto os acontecimentos subjacentes que constituíram os atravessamentos sofridos em minha trajetória de vida e acadêmica, que produziram novos traços e/ou mobilização de traços já existentes em mim por linhas de força que me cruzam e me viram do avesso cada vez. Resgato as memórias porque quero registrar os traços daqueles e destes acontecimentos, uma vez que eles estão todos mobilizados, em minha trajetória de vida. História que nasceu da necessidade de sistematizar relevâncias na história do teatro em Belém e de quem sobrevive desse fazer, haja vista que não tem muito material publicado a respeito das trajetórias de diretores, encenadores, dramaturgos, atores, pessoas que fizeram e fazem arte na Amazônia paraense. O percurso traçado para registrar esse estudo fazem parte das memórias passadas e recentes em relação a questão, centrada na noção da estética da existência (FOUCAULT;1994;2008), para o qual é central a ideia de uma escrita de si, encharcada do encanto pela arte, mais especificamente pela arte de representar e dar uma ressignificação da estética. Essa é a minha questão central. Ao incursionar em direção e suscitado por essa questão, me descubro imersa em um grande estado de mobilização, tendo em vista que sou uma profissional em formação permanente. Assim, trabalhar com a memória tem sentido na medida que registro as marcas mobilizadas ao mesmo tempo que as recupero transmutadas em outra coisa que não é mais o acontecimento que as gerou, mas um novo movimento e uma nova configuração para a qual elas contribuem, em suas novas performances e as novidades no mundo das artes e do processo de produção de sua subjetividade e, por outro lado, a uma intenção de pesquisa que se fundamenta na, em uma Autobiografia, História de Vida e Cartografia de minha existência. Parto da construção como atriz e a relação com processos criativos relacionando aos diretores, Claudio Barradas e Paulo Santana. As reflexões que movimento nesse trabalho destaca os aprendizados, a representatividade e as contribuições desses dois mestres que ajudaram a preencher as páginas em branco do fazer artístico com emoções, memórias, personas concebidas no ofício de representar. A estrutura organizativa do texto dissertativo compreende seções, tratados na escrita como cenas. A primeira, introdutória, MEU QUINTAL DO FAZ DE CONTA: A trajetória de uma atriz e seus mestres; a segunda, que objetiva apontar a trajetória artística de Claudio Barradas e Paulo Santana, e as respectivas contribuições à cena paraense bem como as influências durante o processo de construção como atriz. Finalmente, a terceira secção/cena, deverá abordar o processo criativo de um ato poético – um espetáculo na Pandemia.