A BELEZA SALVARÁ O MUNDO? AS PINTURAS DE FÚLVIO GIULIANO NA HISTÓRIA DA ARTE NAAMAZÔNIA AMAPAENSE (1950-1985)
História e Artes Visuais; Amazônia amapaense; cultura visual; arte e religião.
Este estudo aborda as Arte Visuais em uma perspectiva histórica e cultural na Amazônia amapaense, e tem como recorte cronológico o período de 1950 a 1985. A investigação tem como objetivo geral analisar as pinturas sociais e sacras de Fúlvio Giuliano, missionário pertencente ao Pontifício Instituto das Missões ao Exterior – PIME, na representação do ribeirinho-caboclo no contexto amapaense, suas práticas culturais em diálogo ao trabalho pastoral da igreja católica. Metodologicamente, a pesquisa se pauta nas discussões da história cultural propostas por Peter Burke e Paulo Knauss, que tratam da imagem como documento histórico. Esses autores, como outros, nos possibilitam analisar as obras pictóricas do artista Fúlvio em diálogo com demais fontes históricas sobre o trabalho missionário da Igreja no Amapá, como o Livro do Tombo, cartas, periódicos, crônicas etc. Dialogamos também com a história social da arte discutidos por Aby Warburg e Arnold Hauser, e a dialética da colonização de Alfredo Bosi, a fim de abordarmos: 1) os investimentos da Igreja na educação para as artes e o lazer amapaense por compreender que as manifestações artísticas seria o meio de comunicação mais eficaz de efetivar seu intento de romanização da sociedade local; 2) os projetos educativos mobilizados pela prelazia de Macapá através de agentes e leigos coligados à construção de modelos culturais contrários ao catolicismo popular e ao sincretismo religioso; 3) a cultura amazônica expressada em pinturas, fruto do cruzamento entre técnicas “universais” e a experiência amapaense do missionário.