Estado de bonequice: entre a menina que engole lágrimas pelos olhos e a mulher em fuga do hospital de bonecas.
Palavras-chave: dramaturgia pessoal,violência contra a mulher, arte feminismo, teatro movente e estado de bonequice.
O “projétil” da pesquisa é o encontro-confronto entre uma menina que engole lágrimas pelos olhos e uma mulher em fuga do hospital de bonecas, elas representam minha existência de vida-morte-ressureição. A tese é acompanhada por conceitos-chave: dramaturgia pessoal, violência contra mulher, arte feminismo, teatro movente e estado de bonequice. Os dois últimos são conceitos criados no processo. Os outros três são dialogados com algumas mulheres, como: Ana Flávia Mendes (2008), Anna Marieta (2018), Chimamanda Adichie (2017), Bell Hooks (2021, 2020a, 2020b, 2019), Louise Beaugeois (1998), Ingrid Gomes (2023), Márcia Kambemba (2020, Thalia Santos (2020), Tarsila Maquiavel (2023), Suzi Lacerda (2023), Wald Lima (2004) e outras. Recorro ao método cartográfico e acredito, assim como (Sandra Rey, 1996) que o “objeto” é um projétil, ou seja, é um alvo carregado de incertezas e movências. Por conseguinte, parto da escrivivência (Conceição Evaristo, 2015), mergulhada em esquizoescritura Deleuze e Guatarri (2011), fractacionalizada e remendada com interstícios de lembranças da “realidade” Annie Ernaux (2007) - autoficção de Doubrovksy (1977) e Sequeira (2020). A tese é estruturada primeiramente em três sessões, divididas em dois ensaios, quais sejam: a menina que engole lágrimas pelos olhos e a mulher em fuga do hospital de bonecas. Os 2 ensaios possuem uma narradora: Charlotte Gomes Berbié, ma petite que virou carcaça-cadáver, antes de nascer, em terra estrangeira. A terceira sessão é uma constelação de aparições de 7 personagens baseadas nas “mortas” e nas “vivas” da minha ancestralidade e agregam-ajuntam também trabalhos de artistas que me carregam em mãos de nuvens cuidadosas. Acredito que a pesquisa, sobre ancestralidade e violência contra mulheres, possui densa dimensão artística-política (arte feminismo), além de cooperativa, dialógica e pedagógica Paulo Freire (1987, 1989).