Poéticas paridas: a dança como política de aparecimento
Política de Aparecimento.Poética Parida. Processos de Criação.
Esta tese memorial, dividida em uma série-poética, teve como objetivo compreender a dança como uma política de aparecimento a partir dos processos de criação dialético (tese, antítese e síntese): Cinderela (2018), Nas Brenhas (2020) e Subterrânea (2021). Os dois primeiros partos foram poéticas paridas das histórias de vidas do Grupo de Mulheres Prostitutas do Estado do Pará, uma associação precursora na militância dos direitos humanos das prostitutas no Brasil, que atua desde 1990. revela narrativas sobre amor, maternidade, violência, militância, trabalho, sobre orgasmos e desprazeres dentro do meretrício. Subterrânea (2021) por sua vez é uma narrativa pessoal atravessada pelo meu desencontro com a maternidade, onde discuto a potência de uma dança abortada, descamada e petrificada. Os processos de criação transam com as perspectivas metodológicas de Ferreira (2012) e Speck (2016), assumo-me uma habitante-criadora (FERREIRA, 2012) em caminhabilidade (SPECK, 2016), embrenhando-me pelas ruas do bairro da Campina, conhecendo e me reconhecendo enquanto criadora de vida/dança com a rua, encontrando nas esquinas e encruzilhadas autores como Judith Butler (2018), André Lepecki (2011), Di Monteiro (2018), Bia Medeiros e Natasha de Albuquerque (2016), Thereza Rocha e Márcia Tiburi (2012), Juliana Moraes (2013), entre tanto outros que me ajudaram a pensar a dança com a rua e como política de aparecimento. Embrenhar-se também é entranhar-se pelos úteros, pelo íntimo, pelos segredos da vida de quem ali habita, de processos que se criam na ânsia do vivido, movidos em “fazê-lo aparecer”.
Palavras-Chave: Política de Aparecimento.Poética Parida. Processos de Criação.