DANÇAEIRA
A ginga do corpo feminino afroamazônico para a decolonização na dança contemporânea
Palavras-chave: Dançaeira; Corpo feminino afroamazônico; Memórias e Trajetos; Ancestralidade; Decolonialidade.
Os caminhos e trajetos artístico-culturais trilhados no âmbito da dança e da capoeira ao longo da construção do meu ser no trânsito Icoaraci-Belém e Belém-Icoaraci, proporcionaram diferentes conexões revelando, inclusive, as várias facetas das mulheres que habitam em mim. Uma tese de fluxo autoetnográfico (FORTIN, 2009) que evidencia desconstruções racistas e machistas a partir do fortalecimento da noção autoral Dançaeira enquanto teoria-práxis sustentada na conexão com o mundo ao meu redor, com os fazeres, saberes e poderes que o corpo feminino afroamazônico emana em suas atuações na dança, de forma geral, na dança contemporânea, na capoeira e, com o uso de cantigas autorais e na estrutura de improvisos, de desenhos, de trabalhos cênicos, de poesias e, do toque do berimbau presentificando sua ancestralidade viva em corpo e voz. Sob a perspectiva da malandragem, o diálogo consubstancia esta metodologia em dança na Amazônia com o objetivo de discutir possibilidades de caminhos teórico-metodológicos decoloniais para a dança contemporânea, compreendendo em minha vida o trajeto artístico e cultural, a presença da ancestralidade feminina, as concepções de dança contemporânea e capoeira e, propostas poéticas e estéticas femininas que inspiram as proposições teórico-metodológicas pautadas nos fundamentos e tradições da manifestação capoeira. Contudo, para estabelecer o interjogo dos diálogos dançaeirantes acolho as contribuições dos autores e das autoras: Santos e Menezes (2010); Costa et. al. (2019); Machado e Araújo (2015); Amador de Deus (2019); Kilomba (2018) e Rocha (2016).