SONS, TEXTOS E VISUALIDADES: Arte e ativismo político na história de artistas ligados ao cenário do rock paraense
História social da arte, cenário do rock paraense, ativismo artístico, fanzines, vídeo-poemas
No presente trabalho, o cenário do rock em Belém do Pará é abordado a partir de suas características sociais, culturais, artísticas e econômicas para, com isso, investigar como três artistas paraense foram formados cultural, política e artisticamente por ele, bem como, para entender também de que forma estes artistas fizeram deste cenário, a partir de suas vivências, o palco de suas atuações artísticas. Os artistas são: Alexandre Washington, Cosme Luiz e Marcos Moraes. O primeiro artista, que também atende pelo pseudônimo Joker Índio, desenvolveu uma forte ligação entre a sua participação no Movimento Anarco-Punk e a sua produção nas áreas da poesia, do fanzines, da performance e do vídeo-poema. O segundo artista, por sua vez, atuou enquanto cantor e compositor de uma banda de punk rock e hardcore chamada Sem Deus Nem Pátria, além de também ter trabalhado com teatro de rua, teatro de bonecos, e com performance. Já com relação ao artista Marcos Moraes, destaca-se que este também atuou enquanto músico e compositor em muitas bandas de rock em Belém, além de possuir uma fecunda trajetória na produção de fanzines, trabalhando, assim, com o desenvolvimento de textos e imagens em projetos que, a seu modo, articularam a sua vivência no Movimento Anarquista, no Movimento Anarco-Punk e a sua inclinação para o campo das artes. Desta forma, a atual pesquisa desenvolve uma análise interdisciplinar no campo da história da arte, articulando a história, a antropologia e a filosofia da arte no intuito de rastrear a contribuição destes artistas para a história social da arte em Belém do Pará. As fontes historiográficas que deram base para estas reflexões foram: relatos orais, os fanzines e panfletos feitos principalmente pelos artistas aqui estudados, assim como, as produções destes artistas, desde a escrita de poemas, até às vídeo-performances. Neste sentido, as fontes foram compreendidas enquanto documento/monumento e serviram de bases para as reflexões históricas por agora apresentadas. Já como principal base para as reflexões teóricas, a história social da arte e a relação entre história e biografia cederam contribuições importantes para o entendimento da forte ligação entre arte e vida no desenvolvimento de uma historiografia da arte que se estendesse para além dos cânones artísticos estabelecidos pelas academias e circuitos elitistas da arte.