EMBUTIDOS GASTRONÔMICOS DE ESTELITA E UISQUISITO: Poética cênica e Memorial de uma Palhaçaria Agridoce
Processo de Criação; Palhaçaria Agridoce; Memória; Escrita Poética; Cartografia Temperada
Este preparo apresenta na cozinha o processo de pesquisa e criação cênica/poética do espetáculo “Querem Caferem”, construído a partir das misturas de sabores das minhas memórias reais e inventivas do tempo de criança, das minhas experiências de adulta e do meu fazer artístico na palhaçaria, denominando-a como uma “Palhaçaria Agridoce”. Tal denominação se dá pela trajetória do processo de construção de onze anos na linguagem do clown, que venho saboreando diversos gostos como o de ser palhaça e palhaço, nas figuras de Estrelita e Uisquisito, juntamente com grupo de teatro Palhaços Trovadores de Belém do Pará, o qual tem 17 anos de atividades. A criação da escrita poética traz um memorial de receitas recheados de práticas do meu cotidiano, da minha experiência artística e das minhas relações afetivas. No memorial percorreremos uma cartografia temperada que põe em ebulição o meu corpo cartografado, levando-o para a cozinha, a sala de ensaio, os processos metodológicos cozinhados com os encontros, treinamentos e ensaios e experimentados no Projeto Palhaçadas de 5ª, levando-os ao paladar do leitor-comensal: o público, bem como outros borbulhosos travessamentos. Com desejo de comer, Embutidos Gastronômicos de Estelita e Uisquisito é, portanto, um trabalho de pesquisa e processo de criação onde uso o alimento e o ambiente da cozinha como fonte de inspiração para a escrita e para cena, colocando na panela a junção do que é real e do que invento neste meu alimentar. Um projeto embebedado com ato poético da poesia pensante, ao lado de pensadores poéticos aqui chamados de meus “Mestres Cucas e Gastrônomos do riso”, artistas, poetas, pensadores e filósofos que trazem variadas iguarias para compor as misturas de sabores em uma gastronomia do riso.