CRIANÇAS, PONTES E MARGENS
observações de um planeta chamado Combu
Criança. Amazônia. Imaginário.
Este trabalho é constituído por composições do imaginário de atravessamentos
entre ilha e continente de crianças ribeirinhas de Belém, da Ilha do Combu, do
Igarapé Perequitaquara. Considerando aí os conflitos, as distâncias e as
proximidades entre-lugares, entre-o- mesmo-lugar, a cidade de Belém. Sobre os
conceitos de imaginação e imaginário encontramos repouso nas redes de Paes
Loureiro (2015) e Appadurai (2004), pois estes consideram a complexidade que
[des]estrutura a pertença de espaços culturais. Nesse caso, a Amazônia como
grande espaço e paisagem cultural imaginal. Espaço e paisagem atravessado por
enlaces discursivos que dialogam com Shaula Sampaio (2012) e Watsuj (2006).
Para mergulhar nesse território imaginal usaremos como referência um trabalho
desenvolvido em 2015 com as três turmas da, então, Unidade Pedagógica Santo
Antônio e as narrativas das crianças de outrora que ao longo da pesquisa de campo
coletamos. Tomaremos, para isso, os sonhos como dimensão [a]temporal para dar a
fala dessas crianças de hoje e de outrora. Esses sonhos voam nos ares soprados
por James Hillman (2013) e Bachelard (2001). E finalmente sobre os sujeitos da
pesquisa, nossas crianças de hoje e outrora, encontramos acalento nas palavras de
Walter Benjamin, Claudia Ribeiro e Holiparkorhó (Rosilene Pereira). Desse modo,
juntas na maresia de vivências e reflexões que produzem abraços físicos e
simbólicos navegamos em uma pequena paisagem do imaginário sobre Belém dessas crianças.