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Banca de QUALIFICAÇÃO: RUANNA DE PAULA DE ANDRADE REIS

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: RUANNA DE PAULA DE ANDRADE REIS
DATA: 23/03/2016
HORA: 14:30
LOCAL: auditório Paulo Cavalcante localizado no Campus de pesquisa do MPEG
TÍTULO:

Revisão Taxonômica do gênero de aranhas neotropicais Parachemmis
Chickering, 1937 (Araneae, Corinnidae)”.


PALAVRAS-CHAVES:

Revisão; Taxonômica; gênero; aranhas; neotropicais.


PÁGINAS: 29
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Zoologia
RESUMO:

A família Corinnidae Karsch, 1880 é constituída por aproximadamente 735 espécies alocados em 67 gêneros, os quais estão distribuídos em zonas temperadas e tropicais (WSC, 2015). Este grupo passou por diversas modificações em seu status taxonômico até ser elevada ao status de família a partir do trabalho de Lehtinen (1967).
A princípio, Karsch (1880) ao propor Corinninae, a classificou como uma subfamília de Drassoidae. Simon (1897), no entanto, a reconheceu como subfamília de Clubionidae, com base em caracteres diagnósticos da família, como a morfologia do esterno. Lehtinen (1967) ao contestar o posicionamento filogenético de Corinninae, evidenciou a artificialidade de Clubionidae, uma vez que este agrupamento era caracterizado por uma combinação de simplesiomorfias.
Até recentemente, Corinnidae incluía as subfamílias Corinninae Karsch, Castianeirinae Reiskind, Trachelinae Simon e Phrurolithinae Banks. Castianeirinae foi primeiramente reconhecida por Reiskind (1969) como subfamília de Clubionidae. Phrurolithinae foi por muito tempo considerado um táxon relacionado à Liocranidae. No entanto, este grupo foi formalmente transferido de Liocranidae para Corinnidae por Bosselaers & Jocqué (2002), os quais também argumentaram contra o monofiletismo de Corinnidae, sugerindo que Castianeirinae seria mais proximamente relacionada a gêneros pertencentes a Liocranidae do que a outros táxons de Corinnidae. Ramírez (2014) restringiu a composição da família a apenas duas subfamílias, Corinninae e Castianeirinae, e elevou Trachelidae e Phrurolithidae ao status de família.
O monofiletismo de Corinnidae ainda é discutido (Bonaldo, 2000; Ramírez, 2014). Bonaldo (1997) indicou gêneros de posicionamento incerto em Corinnidae (Ianduba Bonaldo, 1997, Mandaneta Strand,1932, Procopius Thorell, 1899 e Pseudocorinna Simon, 1910) que apresentavam apófise média, uma estrutura ausente em Corinídeos típicos como Corinna Koch, 1842 e Castianeira Keyserling, 1879. A maioria destes gêneros foi incluída por Ramírez (2014) em um grupo informal (o grupo Pronophaea), porém este resultado foi considerado insuficientemente suportado para ser refletido em uma classificação formal. Assim, os gêneros do grupo Pronophaea permanecem formalmente incluídos em Corinnidae, sem afiliação sub-familiar (Corinnidae insertae sedis).
Desta forma, atualmente a família é constituída pelas subfamílias Corinninae e Castianeirinae, além de um agrupamento de táxons com posição filogenética incerta, considerados como Incertae sedis. Contudo, a recente inclusão de representantes do gênero Ianduba Bonaldo, 1997 na matriz de Ramírez (2014) por Magalhães et al. (no prelo) indica que este gênero não é um representante do grupo Pronophaea, sendo possivelmente o grupo irmão de Corinninae, hipótese levantada pela primeira vez por Bonaldo (2000). Apesar da composição da família ainda ser objeto de discussão, as duas subfamílias formalmente reconhecidas em Corinnidae são diferenciadas com facilidade através da morfologia do palpo do macho. Corinninae apresenta o reservatório ou duto espermático com percurso helicoidal (Bonaldo 2000), enquanto Castianeirinae o bulbo do palpo exibe forma de pêra (Reiskind, 1969).
Bonaldo (2000) caracterizou os gêneros de Corinninae, reconhecendo 17 gêneros para a subfamília, sendo seis descritos como novos na ocasião: Abapeba, Erendira, Septentrinna, Simonestus, Tapixaua e Tupirinna. Além disso, foram redescritos também os gêneros Corinna C. L. Koch, 1842, Methesis Simon, 1896, Megalostrata Karsch, 1880, Stethorragus Simon, 1896, Parachemmis Chickering, 1937, e Xeropigo O. Pickard-Cambridge, 1882 e descritas 30 espécies novas.
O gênero Parachemmis foi proposto por Chickering (1937) afim de abrigar, em Micariinae (Clubionidae), duas espécies encontradas no Panamá, Parachemmis fuscus (espécie-tipo por designação original) e Parachemmis trilineatus Chickering. Ao separar os representantes de Castianeirinae dos de Micariinae (Gnaphosidae), Reiskind (1969) considerou Parachemmis como um representante de Clubionidae, Liocraninae. Após a proposta de fragmentação de Clubionidae promovida por Lehtinen (1967) ter sido amplamente aceita, o gênero foi listado em Liocranidae até Bonaldo & Brescovit (1994) o transferirem para Corinninae (Corinnidae). Neste mesmo trabalho foi transferida para o gênero Parachemmis uma espécie descrita por Gertsch (1942), Stethorrhagus hassleri, bem como uma de Mello-Leitão (1948), Stethorrhagus mastigostylus, esta última considerada um sinônimo júnior da primeira. Bonaldo (2000) descreveu a espécie Parachemmis manauara e transferiu P. trilineatus para o gênero Tupirinna Bonaldo. Dessa forma, até o momento são reconhecidas três espécies em Parachemmis: P. fuscus, P. hassleri e P. manauara. Bonaldo & Brescovit (1994) reconheceram um grupo putativamente monofilético em Corinninae, composto por Stethorrhagus e Parachemmis, caracterizado pela presença de escavações esternais e de uma apófise apical ventral articulada na tíbia do palpo dos machos. Bonaldo (2000) indicou que o gênero Tupirinna apresenta as mesmas características, incluindo-o neste grupo de gêneros. As espécies incluídas em Parachemmis são aranhas de médio porte (de 5,3 mm a 7,6 mm de comprimento total), normalmente encontradas em troncos de árvores (Hofer & Brescovit, 2001; Nogueira et al., 2014) e são diferenciadas de outros gêneros pela morfologia da genitália, caracterizada pelo condutor hialino, reservatório longo exibindo uma forma de hélice e êmbolo longo e filiforme, com extremidade simples, diferenciando-se dos gêneros Sthethorragus que apresenta a extremidade do êmbolo bífida e Tupirinna, onde as espécies possuem o êmbolo curto. Além dessas diferenças, o epígino das fêmeas de Parachemmis apresentam ductos de copulação separados, abrindo-se em cavidades diferentes. Os gêneros Stethorrhagus e Tupirinna, por sua vez, exibem apenas uma abertura de copulação e único ducto, com exceção de Stethorrhagus limbatus Simon 1896, onde ductos separados abrem-se em uma escavação comum (Bonaldo & Brescovit, 1994; Bonaldo 2000). Embora sejam reconhecidas somente três espécies para o gênero, um número considerável de espécies a serem descritas estão disponíveis em coleções zoológicas científicas. Neste sentido, é proposto no presente estudo, uma revisão taxonômica de Parachemmis, com o intuito de ampliar o conhecimento das espécies pertencentes a este táxon, bem como sua distribuição. Assim, ao final deste trabalho, o elenco do gênero será ampliado para 12 espécies: Parachemmis fuscus e P. manauara serão rediagnosticados, P. hassleri e P. mastigostylus (revalidado) serão redescritas e oito espécies serão descritas como novas para a ciência.


MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 466.241.980-87 - ALEXANDRE BRAGIO BONALDO - MPEG
Interno - 1877201 - GUSTAVO RODRIGO SANCHES RUIZ
Externo à Instituição - REGIANE SATURNINO FERREIRA
Notícia cadastrada em: 18/03/2016 16:34
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