Distribuição de répteis Squamata endêmicos na Amazônia em cenários de mudanças climáticas globais
Amazônia; Squamata; habitats adequados; mudanças climáticas; endemismo.
As mudanças climáticas podem levar à extinção milhares de espécies nos próximos 100 anos e destruir diversos ambientes sem que muitos espécimes de sua fauna e flora tenham sido catalogados pela ciência. A Amazônia, considerada o bioma com a maior floresta tropical do mundo e que abriga elevada quantidade de espécies endêmicas, continua com regiões de áreas selvagens não estudadas pelo homem. Além disso, sofre um intenso, constante e histórico processo de desmatamento, principalmente devido a atividades antrópicas, ameaçando a sobrevivência da sua rica biodiversidade. Estudos com descrição adequada e documentada da distribuição das espécies nesse bioma é fundamental para diversos outros estudos, porém estudos envolvendo, por exemplo, os padrões de distribuição das diversas espécies de répteis, continuam escassos, apesar dos recentes avanços no mapeamento global. Estudos com modelagem de distribuição de espécies vem sendo a abordagem mais popular para prever o alcance das espécies nas mudanças futuras ou para prever áreas com condições ambientais adequadas. Assim, conhecer a grande biodiversidade de répteis que a Amazônia abriga e prever as respostas das espécies às mudanças climáticas é fundamental para diminuir os impactos e garantir sua persistência. Nesse sentido, é preocupane o fato de que 21% das espécies de répteis, entre as 142.577 espécies animais e vegetais verificadas pela IUCN, em 2022, estejam ameaçadas de extinção. O estudo ora apresentado está organizado em dois capítulos. No primeiro capítulo, apresentaremos uma lista atualizada de répteis Squamata endêmicos do bioma Amazônia, destacando seu atual estado de conservação; e no segundo capítulo predizemos os efeitos das mudanças climáticas sobre a distribuição potencial das espécies de Squamata, no Bioma Amazônia.