REVISÃO TAXONÔMICA DO GRUPO porcatus DE ESPÉCIES DO GÊNERO Hypaeus SIMON, 1900 (ARANEAE: SALTICIDAE)
Aranhas saltadoras; Amazônia; Redescrição de espécies; Espécies novas.
As aranhas são artrópodes terrestres extremamente abundantes e de alta importância
biológica. As aranhas da família Salticidae, também conhecidas como aranhas saltadoras, compõem a família mais diversa. Essas aranhas, diferente de outros grupos, utilizam a estratégia de caça ativa, facilitada por adaptações morfológicas como grandes olhos e pernas adaptadas para saltar sobre a presa. A tribo Amycini F.O. Pickard-Cambridge, 1900 inclui atualmente 14 gêneros de Salticidae neotropicais. A tribo é composta por aranhas pequenas, com carapaças altas, quelíceras com muitos dentes e terceiro par de pernas mais longo que o quarto, o que pode resultar em um salto diferente dos observados para os outros integrantes de Salticidae. O gênero Hypaeus Simon, 1900 de Amycini possui atualmente 28 espécies descritas válidas. Dessas, 17 foram descritas baseadas em apenas espécimes machos, uma espécie foi descrita a partir de fêmeas e somente 10 utilizaram fêmeas e machos para a descrição. Apesar de não haver uma compreensão clara dos limites de Hypaeus, as espécies desse gênero podem ser reconhecidas por possuírem carapaças altas, quelíceras pluridentadas, terceira perna mais longa do que a quarta (caracteres de Amycini), além de presença de mastídios nas quelíceras masculinas e sobrancelhas masculinas desenvolvidas. As espécies Hypaeus flavipes Simon, 1900, Hypaeus frontosus Simon, 1900 e Hypaeus porcatus (Taczanowski, 1871) têm morfologia semelhante e formam um agrupamento informal chamado aqui de grupo porcatus de espécies. A descrição dessas espécies foi baseada em apenas espécimes machos e todos possuem a morfologia dos palpos muito parecidos, com êmbolo fino, RTA (apófise tibial retrolateral) aguda e RvTA (apófise tibial retroventral) cônica. As quelíceras das espécies pertecentes ao grupo porcatus possuem pequenas diferenças, porém até o presente momento, não há caracteres mofológicos suficientes que nos permitam reconhecer claramente cada espécie. O material ultiizado na pesquisa já está separado e tombado nas coleções do Museu Paraense Emílio Goeldi, Instituto Butantan, e Instituto Nacional de Pesquisas Amazônicas. O objetivo geral desse trabalho é realizar uma revisão taxonômica do grupo porcatus do gênero Hypaeus, descrever as fêmeas que ainda não foram descritas e propor novas diagnoses para machos e fêmeas do grupo. Novas espécies descobertas durante o estudo também serão descritas.