ANÁLISE FILOGEOGRÁFICA DE Lepidothrix coronata (SPIX, 1825) (AVES, PASSERIFORMES)
Filogeografia, região Neotropical, Uirapuru-de-chapéu-azul, Amazônia, diversificação.
A região Neotropical possui uma das biodiversidades mais ricas do planeta, incluindo sua avifauna. A origem desta biodiversidade é geralmente ligada a reconfigurações na paisagem ao longo do tempo. No entanto, diferentes táxons se diferenciaram em tempos distintos. Assim, uma única hipótese não irá servir para explicar toda a diversificação. Neste contexto, a filogeografia surge como uma importante disciplina que envolve componentes filogenéticos e geográficos das distribuições das populações e espécies, e vem sendo amplamente utilizada na identificação e descrição de novos táxons. O passeriforme Lepidothrix coronata aparenta ser um excelente candidato para estudos filogeográficos, pois além de possuir uma alta variação de plumagem, seu elevado número de subespécies foi descrito apenas com base morfológica e geográfica, havendo uma lacuna no que se diz respeito a estudos moleculares com a espécie. Esta ave, conhecida popularmente como uirapuru-de-chapéu-azul, é amplamente distribuída pela região Neotropical, principalmente no bioma amazônico, ocorrendo em diversos países da América do Sul e Central. São atualmente descritas oito subespécies para L. coronata. O presente trabalho visa avaliar os padrões filogeográficos de L. coronata através de análise comparativa da coloração da plumagem e análises moleculares baseadas em sequências de genes mitocondriais (ND2, ND3 e COI) e nucleares (G3PDH, PLAA e Mioglobina) de 133 exemplares provenientes de distintos pontos da área de ocorrência no Brasil. Os resultados preliminares obtidos através de distintas análises filogenéticas apontam para a existência de diferentes populações dentro da espécie, com altos valores de divergência compatíveis com táxons válidos.