Efeitos da fragmentação florestal na movimentação de aves em áreas de mineração na Amazônia Oriental
Aves; Mineração; Fragmentação; Clareira Linear; Telemetria
A Amazônia vem enfrentando nas últimas décadas um aumento nos índices de desmatamento. Dentre as principais causas de perda de floresta na região, está a abertura de vias de acesso as quais cortam fragmentos florestais contribuindo para a fragmentação florestal. As aves são ótimos modelos para avaliar o efeito da fragmentação florestal e a qualidade ambiental, pois poucas espécies de aves florestais tem capacidade para cruzar clareiras, tornando-se um dos organismos impactados pela implantação de uma estrada. Assim, este projeto pretende responder às seguintes questões: 1) As aves de diferentes guildas deslocam-se de forma diferente em áreas fragmentadas pela abertura de estradas? 2) A abertura de estradas em áreas florestais impacta o movimento da avifauna entre os fragmentos remanescentes? 3) Que características biológicas e ambientais influenciam as rotas utilizadas entre os remanescentes? Foram selecionados três fragmentos florestais os quais são cortados pela via de acesso a um Linhão de Transmissão de Energia Elétrica e a um Mineroduto de Bauxita que fica próximo à entrada da mineradora Hydro no município de Paragominas/PA (3°15'38”S e 47°43'28''W ). Em cada fragmento serão instaladas 40 redes de neblina, divididas em quatro linhas, duas de cada lado da via de acesso, distantes 150m e 500m da via. Cada linha de rede será trabalhada por dois dias consecutivos em cada um dos três fragmentos. As redes de neblina serão abertas das 6h às 11h30 e revisada a cada 20 minutos. Todos os indivíduos capturados serão medidos, pesados, fotografados, identificados e anilhados com anilhas metálicas fornecidas pelo Centro Nacional de Pesquisa e Conservação de Aves Silvestres - CEMAVE. As recapturas responderão à primeira questão de como as diferentes guildas da comunidade de aves respondem à estrada em relação ao seu movimento. A translocação e a telemetria serão utilizadas para responder as duas últimas questão, onde serão selecionadas três espécies: Pyriglena leuconota, Formicarius analis e Xiphorhynchus guttatoides. Para o experimento de translocação, 12 indivíduos de cada espécie focal serão capturados e monitorados. A movimentação das espécies foco será relacionada a variáveis ecológicas e ambientais: características da vegetação (estimativa visual da presença de epífitas, arbustos, gramíneas, lianas, bambus, palmeiras e árvores de grande porte com DAP > 50 cm), abertura da copa (retirar uma foto vertical do dossel da floresta a 1,20m do solo), complexidade do sub-bosque (uma foto horizontal é tirada a uma distância de 3m de um fundo branco localizado atrás da vegetação, depois convertida em tons de cinza e análise de pixels).