Efeito da exploração madeireira de impacto reduzido (RIL) sobre a diversidade taxonômica e funcional da assembleia de mamíferos terrestres na Amazônia
Monitoramento de fauna; Exploração Madeireira de impacto reduzido; Mamíferos terrestres; Armadilhas fotográficas; Diversidade funcional.
Na região Amazônica, há uma extensa gama de formas de utilização da terra para fins econômicos, responsáveis por grande parte da degradação das florestas e diminuição da biodiversidade. Contudo, há uma forma de uso economicamente viável e menos agressiva à degradação da floresta, por meio da Exploração Madeireira de Impacto Reduzido (Reduced Impact Logging – RIL). Esse sistema, busca reduzir os impactos da exploração e assegurar a sustentabilidade da produção florestal através do planejamento da colheita e do monitoramento do crescimento da floresta. No entanto, mesmo com medidas rigorosas de redução de impactos, ainda assim são observados danos à floresta, tais como abertura de clareiras, aberturas de pátios de estocagem e estradas, e danos ao solo. Nos primeiros anos após a exploração por RIL, a estrutura da vegetação em sítios explorados difere da floresta original, por apresentarem um grande crescimento secundário nos estratos mais baixos e um dossel aberto nas áreas especificas de retirada de árvores, contribuindo assim com certas espécies de mamíferos que são beneficiadas pela modificação no habitat provocada pelo manejo florestal. Ao longo do tempo esta estrutura muda. Nesta pesquisa estamos investigando qual o efeito da Exploração Madeireira de Impacto Reduzido na diversidade taxonômica e funcional de mamíferos terrestres de médio e grande porte em uma série temporal de áreas com diferentes tempos de exploração. Este estudo está sendo realizado na Fazenda Rio Capim, no município de Paragominas, no estado do Pará. Instalamos 20 armadilhas fotográficas, sendo de três a cinco armadilhas funcionando ininterruptamente em cada habitat, desde 2019. Os habitats amostrados são: floresta primária sem exploração (T0), floresta explorada há quatro anos (T1), floresta explorada há dez anos (T2), floresta explorada há 15 anos (T3), floresta explorada há 21 anos (T4) e floresta secundária (FS). Para comparar a riqueza e abundância total de mamíferos terrestres entre os habitats amostrados, será realizado um teste de Anova One Way, utilizando o programa estatístico R. Para verificar se existe diferenças na composição e abundância de espécies entre os habitats amostrados, será utilizada a análise de Ordenação por Escalonamento Multidimensional (NMDS). Para a formação dos grupos funcionais será utilizada uma análise de cluster. Até o presente momento já foram contabilizados 6.606 registros fotográficos independentes, com um esforço amostral de 859 dias de exposição das armadilhas fotográficas. Dentre estes registros foi possível observar um total de 34 espécies, as quais pertencem a oito ordens diferentes. Dentre as espécies registradas foi possível observar cinco espécies que estão presentes na lista de espécies ameaçadas de extinção da IUCN, são elas: Cebus kaapori, Priodontes maximus, Tayassu pecari, Tapirus terrestres e Myrmecophaga tridactyla