Revisão taxonômica e análise filogenética do gênero Megalomyrmex Forel, 1885 (Formicidae: Myrmicinae: Solenopsidini)
Sistemática; Morfologia; História Natural; Operárias; Formigas.
A taxonomia e filogenia dos táxons existentes e fósseis dentro de Formicidae têm
alcançado estabilidade nos últimos anos graças aos avanços no uso de abordagens
moleculares e morfológicas. Baseado em evidências moleculares, Myrmicinae
recentemente teve o número de tribos reduzidas de 25 para seis, necessitando ainda de
um refinamento morfológico para a delimitação dos táxons. O gênero Neotropical
Megalomyrmex Forel (1885), tribo Solenopsidini de Myrmicinae, atualmente é
composto por 44 espécies válidas, distribuídos em quatro grupos, caracterizados através
da morfologia, comportamento e distribuição: Leoninus, Modestus, Pusillus e Silvestrii.
As espécies do gênero apresentam grande variedade de comportamentos de nidificação,
hábitos alimentares e estratégias reprodutivas, onde a maioria das espécies é predadora
de insetos, enquanto outras consomem os fungos e as ninhadas das espécies de formigas
cultivadoras de fungos que parasitam. Desde a última revisão taxonômica de Brandão
(1990), mais de 10 espécies foram descobertas. A história natural e distribuição
geográfica também foram atualizadas para muitas espécies, em especial para a fauna da
América Central. Os limites morfológicos dos grupos de espécies foram questionados e
os caracteres recém revelados sugerem que o estudo das espécies distribuídas na
América do Sul auxiliará na resolução desses desafios. Desta forma, o objetivo deste
estudo é o de avaliar as relações e limites morfológicos entre as espécies e os grupos de
espécies dentro de Megalomyrmex, combinando dados morfológicos e
comportamentais. Os resultados parciais indicam a: (i) descoberta de seis espécies
novas; (ii) a proposta de sinonímia de Megalomyrmex wettereri Brandão em
Megalomyrmex miri Brandão; (iii) novos dados de distribuição e informações sobre
história natural para parte das espécies.