Efeitos de tipos de iscas e alturas de armadilhas para amostragem de dípteros califorídeos e mesembrinelídeos (Insecta, Diptera): um estudo de caso em fragmento de Várzea da Amazônia Oriental.
metodologias de amostragem, desenvolvimento ovariano, mosca, razão sexual, recursos alimentares.
Os dípteros caliptrados podem ser considerados como um dos grupos de insetos mais comuns do mundo, tendo em vista sua ampla distribuição e por ocorrerem em diferentes ambientes. Dentre esses dípteros se destacam as famílias Calliphoridae e Mesembrinellidae. Ambas possuem hábitos variados, podendo utilizar fezes, néctar e secreções açucaradas, bem como podem polinizar diversas espécies de plantas, sendo mais comum a utilização de carcaças de animais para o seu desenvolvimento. Estudos na Amazônia sugerem que indivíduos dessas famílias podem ser utilizados como indicadores de impactos antrópicos, portanto mais informações sobre metodologia de coletas, tipos de iscas e posicionamento das armadilhas de captura de moscas são importantes para o desenvolvimento de práticas de biomonitoramento em ambientes urbanos, agrícolas ou florestais. Neste sentido, o presente trabalho pretende avaliar e comparar a composição, riqueza e abundância de Calliphoridae e Mesembrinellidae, em dois tipos de iscas e alturas de armadilhas, bem como a avaliar a razão sexual e os estágios de desenvolvimento ovariano de espécimes capturados em Floresta de Várzea no Município de Mazagão, Amapá. Testaremos a hipótese de que as armadilhas com iscas proteicas apresentarão maior abundância e riqueza de califorídeos; sendo que as expostas mais próximas do solo tendem a coletar maior número de fêmeas, quando comparadas aos machos, apresentando um maior número de fêmeas maduras. E que a isca de banana coletará uma maior abundância e riqueza de espécies de mesembrinelídeos, onde uma maior taxa de fêmeas será encontrada nas armadilhas mais baixas; com as fêmeas em fases de desenvolvimento variados. Para isso, serão realizadas, a cada dois meses, quatro coletas (janeiro, março, maio e julho), onde armadilhas serão distribuídas a 0,4 m e 10 m do chão, utilizando pulmão bovino e banana fermentada como iscas atrativas. Sendo 20 armadilhas para cada isca e 20 armadilhas para cada altura em uma única coleta, totalizando 160 armadilhas ao final das 4 coletas. Os indivíduos coletados serão sexados e identificados a nível de espécie, e posteriormente as fêmeas serão dissecadas para a retirada de seus ovários e determinação do seu grau de desenvolvimento ovariano. Para avaliar o efeito das diferentes iscas e diferentes alturas sobre as espécies de Calliphoridae e Mesembrinellidae serão utilizados os parâmetros: composição, riqueza, abundância, razão sexual e o grau de desenvolvimento ovariano das fêmeas de cada família. A riqueza das espécies será mensurada e uma curva de acumulação será gerada para verificar a eficiência da amostragem da fauna local. A significância das diferenças na riqueza e na abundância das espécies de moscas entre as alturas e entre as iscas será avaliada com a utilização de ANOVA Two Way. Para avaliar a variação da composição comunitária entre as alturas e iscas será realizada uma Análise de Coordenadas Principais (PCoA) e Análise de Variância Multivariada Permutacional (PERMANOVA) para mostrar a significância das diferenças dessa composição. A razão sexual dos espécimes coletados será avaliada com a utilização do teste não paramétrico do Qui – quadrado. A frequência dos quatro níveis de maturação ovariana em relação as diferentes iscas e diferentes alturas estudadas será calculada e adicionalmente uma Análise de Cluster será gerada objetivando verificar as similaridades e dissimilaridades entre as fases de desenvolvimento e os tratamentos (iscas e alturas).