EFEITOS DAS MUDANÇAS CLIMÁTICAS E DESMATAMENTO E A VULNERABILIDADE TAXONÔMICA E FUNCIONAL DE MAMÍFEROS TERRESTRES: PERSPECTIVAS PARA CONSERVAÇÃO E RESTAURAÇÃO DE HABITATS NA AMAZÔNIA
Perda de diversidades, anomalias climáticas, perda florestal, mastofauna terrestre.
Atualmente as maiores ameaças à biodiversidade são as consequências das ações antrópicas, como as mudanças climáticas e a perda e fragmentação de habitats naturais. Todos estes fatores juntos influenciam na ocorrência e capacidade de dispersão das espécies, na busca por áreas de nichos climáticos adequados para sua sobrevivência. A Floresta Amazônica, que é a maior porção de floresta tropical do mundo, vem sofrendo com altas taxas de desmatamento, causadas principalmente pela expansão de atividades do agronegócio e constantes incêndios florestais. Este cenário vem transformando a paisagem do bioma, que hoje já apresenta cerca de 23% do seu território totalmente devastado. Parte da maior biodiversidade do planeta se encontra hoje em situação de vulnerabilidade, diante do desmatamento e degradação da Amazônia. Por ser um região de clima extremamente quente e úmido, muitas espécies do Bioma Amazônico possuem alta vulnerabilidade climática, em função da proximidade de seus limites de tolerância térmica e possuírem nichos climáticos mais estreitos. Isto reflete em uma baixa capacidade de adaptação e de dispersão em ambientes degradados. O grupo dos mamíferos vêm se mostrando suscetíveis a reações negativas na paisagem de impactos ocorridos na Amazônia, principalmente em áreas de atividades com perda de cobertura vegetal e oscilações no clima. As espécies deste grupo desempenham papéis-chaves para o funcionamento florestas (como dispersão de sementes e manutenção de cadeias alimentares), auxiliando nos processos de sucessão ecológica e em serviços ecológicos essenciais para a manutenção das florestas. Contudo, as reduções de populações e extinções de espécies deste grupo pode ter consequências graves para os ecossistemas Amazônicos. Neste trabalho, propomos analisar os efeitos das anomalias climáticas e da perda de cobertura florestal sobre as diversidades taxonômica e funcional de mamíferos na Amazônia brasileira. Trabalharemos em duas escalas, no primeiro capítulo desta tese, trabalharemos em uma escala regional, definindo padrões gerais para a região amazônica brasileira, além de propor áreas para conservação e restauração de habitats dentro do escopo de conservação da fauna de mamíferos. No segundo capítulo nossa abordagem metodológica será semelhante ao primeiro capítulo, no entanto, com enfoque no “Arco do desmatamento”. Neste último capítulo, faremos um recorte para uma área bem mais crítica da região em termos de desmatamento, avaliando de uma forma mais detalhada, sobre grupos de espécies e grupos funcionais, as perdas e ganhos em um cenário absolutamente catastrófico.