“IMPACTOS DO PÓS USO RECREACIONAL DE CETAMINA SOBRE O COMPORTAMENTO E ESTRESSE OXIDATIVO DE RATAS ADOLESCENTES.”
abstinência, adolescente, ansiedade, adição à cetamina, depressão.
A cetamina, também chamada de 'pó K', é um derivado da N-1-feniciclohexi-piperidina e atua bloqueando os receptores de N-Metil-D-Aspartato (NMDA). Além de gerar resposta analgésica e anestésica, a cetamina estimula o sistema límbico, causando alucinações e estado de dissociação do corpo. Esses efeitos permitiram o consumo da droga de forma recreacional, e atualmente está entre as principais drogas alucinógenas consumidas entre os usuários de drogas que frequentam festas do tipo rave. Em geral, é a droga de preferência entre adolescentes e adultos jovens. Considerando a relevância epidemiológica e as consequências nocivas da cetamina como droga de abuso sobre o SNC em adolescentes, o objetivo deste estudo foi investigar as respostas comportamentais e bioquímicas no período de abstinência de cetamina em ratas na fase da adolescência. Foram utilizados ratos fêmeas Wistar (n=20), adolescentes, que receberam via intraperitoneal cetamina (10mg/kg/dia) durante 3 dias consecutivos. Vinte e quatro horas após a última administração de cetamina, os animais foram submetidos aos ensaios comportamentais do campo aberto, labirinto em cruz elevado e nado forçado. Em seguida foram anestesiados com isoflurano a 2% via intranasal e sacrificados para coleta do córtex pré-frontal e hipocampo para avaliação dos níveis de tiobarbitúrico, capacidade antioxidante total, capacidade antioxidante do radical peroxil, espécies reativas de oxigênio, e glutationa reduzida. Nossos resultados demonstraram que 24h após uso recreacional de cetamina houve prejuízos sobre o comportamento emocional, relacionado à ansiedade e depressão, associados às desordens com alterações das espécies reativas de oxigênio, indicadores antioxidantes e peroxidação lipídica no córtex pré-frontal e no hipocampo. Com isso, concluímos que a abstinência imediata do uso recreacional de cetamina em ratas adolescentes gera alterações semelhantes às desordens de humor (ansiedade e depressão), associado à indução de estresse oxidativo no córtex pré-frontal e hipocampo.