POTENCIAL ANTICONVULSIVANTE DE AMIDAS GRAXAS DERIVADAS DE TRIGLICERÍDEOS DE ÓLEO DE ANDIROBA (Carapa guianensis aublet.)”.
Convulsões; Pentilenoetrazol; registros eletrocorticográficos; biocatálise; Palmitoiletanolamida.
A epilepsia é uma doença neurológica crônica caracterizada por atividade neuronal excessiva que leva à convulsão; cerca de 30% dos pacientes afetados sofrem da forma refratária e farmacorresistente da doença. Os medicamentos anticonvulsivantes atualmente utilizados para o controle das crises possuem muitas reações adversas, tornando importante a busca de medicamentos mais eficazes e mais bem tolerados. Há muitas evidências de que os endocanabinóides podem modular farmacologicamente a ação contra convulsões e distúrbios epiléticos. Portanto, o objetivo deste estudo é investigar os efeitos anticonvulsivantes das amidas graxas (AG) em um modelo de convulsão induzida por pentilenotetrazol (PTZ) em camundongos. Os AGs (AG1 e AG2) foram obtidas do óleo de Carapa guianensis por biocatálise e foram caracterizados por Análise Infravermelha por Transformada de Fourier (FT-IR) e Cromatografia gasosa por Espectrometria de Massas (CG-EM). Somente AG1 é eficaz no controle do tempo de latência aumentado do primeiro espasmo mioclônico e na diminuição significativa da duração total das crises tônico-clônicas em relação ao modelo de pentilenotetrazol. Além disso, as alterações eletrocorticográficas produzidas pelo PTZ são reduzidas quando tratadas com AG1, que subsequentemente diminui a amplitude e a energia das ondas no ritmo beta. Os efeitos anticonvulsivantes de AG1 são revertidos pelo flumazenil, um antagonista benzodiazepínico nos receptores Ácido Gama-Aminobutírico-A (GABA-A), indicando o mecanismo de ação através do local destes receptores. Concluimos que a AG obtida do óleo de C. guianensis é promissora contra convulsões induzidas por PTZ.