ESTADO NUTRICIONAL DE POPULAÇÕES EXPOSTAS AO MERCÚRIO: ESTUDO OBSERVACIONAL DE COORTE NAS REGIÕES DO RIO TAPAJÓS E TUCURUÍ.
Amazônia, estado nutricional, ribeirinhos, mercúrio.
As comunidades ribeirinhas da Amazônia são populações vulneráveis expostas a fatores que dificilmente são encontrados nas populações do resto do país (desde a biodisponibilidade da riqueza natural Amazônica até o isolamento geográfico). Entretanto, pouco se sabe sobre as características antropométricas e hábitos alimentares dessas comunidades. O objetivo deste trabalho foi realizar um estudo do estado nutricional e do consumo alimentar de comunidades ribeirinhas da região do rio Tapajós e Tucuruí através da análise de parâmetros antropométricos (Índice de Massa Corpórea, Circunferência da Cintura, Razão Cintura-Quadril e Circunferência do pescoço), bem como análise do perfil alimentar. Foram incluídos neste estudo 234 indivíduos adultos (143 do Tapajós e 91 de Tucuruí). Os resultados mostraram que 77% e 65% da população do Tapajós e de Tucuruí, respectivamente, apresentam 2 ou mais parâmetros antropométricos alterados, mostrando a predominância de pré-obesidade e obesidade nestas populações. As mulheres apresentaram riscos maiores de desenvolver doenças relacionadas à obesidade. Nos hábitos alimentares, tiveram destaque o consumo de frutas tanto na região do Tapajós (87,3%) como na região de Tucuruí (89%), bem como o consumo de peixes (Tapajós 97,9% e Tucuruí 95,6%) e farinha (Tapajós 86,6% e Tucuruí 86,8%). Verificamos também que as populações apresentam hábitos alimentares saudáveis, porém, consomem determinados alimentos que estariam influenciando no estado nutricional atual, assim como o modo de preparo. É de extrema importância estudos que envolvam as populações ribeirinhas, visto que estudos que incluem essas populações são escassos, sendo necessárias medidas educativas e de saúde pública para conscientizar a melhora dos hábitos alimentares e a importância da prática de atividade física para evitar os problemas relacionados à saúde.