CARACTERIZAÇÃO QUÍMICA, AVALIAÇÃO DA TOXICIDADE ORAL AGUDA E DA ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DO EXTRATO METANÓLICO DAS FOLHAS DE Montrichardia linifera (Arruda) Schott
Atividade antinociceptiva; Flavonoide; Montrichardia linifera; Planta medicinal; Toxicidade oral aguda.
Montrichardia linifera (Arruda) Schott é popularmente conhecida como
“aninga”, “aningaçu”, “aningaíba” e “aninga-do-igapó”. As compressas e emplastros das
folhas são da planta medicinal utilizados para tratar abscessos, tumores e dores causadas por
ferroada de arraias. Objetivo: O estudo teve como objetivo investigar o potencial
antinociceptivo do extrato metanólico das folhas de Montrichardia linifera (EMFML), bem
como realizar a caracterização química e toxicidade oral aguda. Material e métodos: As
folhas foram coletadas durante a estação chuvosa e o extrato metanólico foi obtido após
extração em gradiente em diferentes solventes. O EMFML foi analisado por cromatografia
líquida de alta eficiência (CLAE) e ressonância magnética nuclear (RMN). A avaliação do
teste de toxicidade oral aguda foi utilizada para observar a presença de substâncias tóxicas.
Posteriormente, foram utilizados os testes de ácido acético, placa quente e formalina para
avaliar os efeitos analgésicos. Resultados: A análise do CLAE fingerprint permitiu a
identificação de rutina, quercetina e epicatequina. A análise dos espectros de RMN identificou
rutina e quercetina, bem como os flavonoides luteolina e crisoeriol. O EMFML não
demonstrou efeitos considerados tóxicos. No teste do ácido acético, o EMFML inibiu a dor
periférica em 51,46% (p < 0,05) na dose de 50 mg/kg e 75,08% (p < 0,001) na dose de 100
mg/kg. O teste da placa quente avaliou o tempo de latência dos animais, demonstrando
atividade central em 30 e 60 min aumentando em 164,43% (p < 0,01) e 122,95% (p < 0,05) na
dose de 50 mg/kg, e 162,62% (p < 0,01) e 136,68% (p < 0,05) na dose de 100 mg/kg. O teste
da formalina avaliou o efeito antinociceptivo central e periférico do EMFML. Na fase
neurogênica, redução de 35,25% (p < 0,05) na dose de 50 mg/kg e 52,30% (p < 0,01) na dose
de 100 mg/kg. Na dor inflamatória, foi observada uma redução de 66,39% (p < 0,0001) e
72,15% (p < 0,0001). Conclusão: A atividade antinociceptiva corrobora com o seu uso
etnofarmacológico. Este efeito analgésico está provavelmente associado aos flavonoides
identificados, todos possuem propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias e
antinociceptivas. Além disso, o EMFML não apresentou toxicidade.