Diferença Quantitativa de Patógenos Orais Entre Indivíduos Portadores de Câncer Gástrico e Indivíduos Sem Câncer.
Câncer gástrico, microbiota, doenças periodontais
O câncer gástrico é o quarto câncer mais comum e o segundo maior em mortalidade no mundo. Fatores ambientais e de estilo de vida, contribuem para a malignidade da doença incluindo tabagismo, consumo excessivo de sal e conservas, baixa ingestão de vitamina C e legumes, esses fatores de risco só poderiam explicar menos de 60% de incidência do câncer gástrico. A associação de perda dentária, má higiene bucal com risco aumentado de câncer gástrico foi relatado em vários estudos epidemiológicos com diversas populações. A investigação de patógenos orais específicos relacionados ao câncer gástrico pode ajudar a identificar os mecanismos subjacentes e gerar conhecimento que poderão levar a melhora clínica, tratamento e intervenções. Neste estudo, comparamos quantitativamente (qPCR) a associação entre patógenos orais em pacientes portadores de câncer gástrico (GC) e pacientes com ausência de câncer (AC), em hospital na cidade de Belém-PA. Participaram da pesquisa 192 pacientes de ambos os grupos, pareados metodologicamente em idade, raça e sexo. Dentre as bactérias estudadas tivemos as consideradas cariogênicas: S. mutans e S. sobriuns, e as peridontopatogênicas: A. actinomycetemcomitans; T. denticola; T. Forsythia e P. gingivalis. Os resultados sugerem uma associação quantitativa diferente na presença de patógenos orais entre indivíduos sem câncer e pacientes com câncer gástrico. Conforme observado, não se pode afirmar que as bactérias presentes na cavidade oral aumentem o risco de câncer gástrico ou sejam fatores agravantes da doença. Porém, vale ressaltar que, por fazer parte do aparelho digestivo, a falta de cuidados com a cavidade oral pode prejudicar o tratamento de pacientes com câncer gástrico.