MELATONINA PREVINE DANOS CEREBRAIS E DÉFICITS NEUROCOGNITIVOSINDUZIDOS PELA INFECÇÃO POR Plasmodium berghei ANKA EM MODELO MURINO DE MALÁRIA CEREBRAL
Malária cerebral, melatonina, barreira hematoencefálica, comprometimento neurocomportamental, Plasmodium.
A malária cerebral é caracterizada por deficiências cognitivas permanentes em crianças infectadas com Plasmodium. As terapias antimaláricas mostram pouca eficácia para evitar déficits neurológicos e alterações do tecido cerebral provocadas pela malária grave. A melatonina é um hormônio endógeno bem conhecido, envolvido no controle das funções cerebrais e na manutenção da integridade da barreira hematoencefálica. O estudo atual avaliou o efeito da melatonina nas alterações histológicas, rompimento da barreira hematoencefálica e deficiências neurocognitivas em camundongos que desenvolveram malária cerebral. Camundongos suíços infectados com Plasmodium berghei cepa ANKA foram utilizados como modelo de malária cerebral. O tratamento com melatonina (5 e 10 mg/kg) foi realizado por quatro dias consecutivos após a infecção, e os dados mostraram um aumento na taxa de sobrevivência em camundongos infectados tratados com melatonina. Também foi observado que o tratamento com melatonina impediu a formação do edema cerebral e evitou a quebra da barreira hematoencefálica induzida pela infecção por Plasmodium berghei. Além disso, a coloração com hematoxilina e eosina demonstrou que a melatonina atenua as alterações histológicas em animais infectados com Plasmodium. A melatonina também foi capaz de prevenir deficiências motoras e cognitivas em camundongos infectados. Tomados em conjunto, esses resultados mostram pela primeira vez que o tratamento com melatonina preveniu danos histológicos cerebrais e alterações neurocognitivas induzidas pela malária cerebral.