ANÁLISE COMPORTAMENTAL E QUANTITATIVA DE MICRÓGLIAS NO SEPTO LATERAL EM MODELO MURINO EXPOSTO AO ÁCIDO VALPRÓICO NO PERIODO PRÉ NATAL.
Transtorno do espectro autista. Ácido valpróico, Fêmeas adultas BALB/c. Comportamento animal. Micróglia. Estereologia.
O Transtorno do Espectro do Autismo (TEA) é um distúrbio manifestado por deficiências nas condições de neurodesenvolvimento e caracterizados por comprometimento grave nas interações sociais recíprocas e nas habilidades de comunicação, além da presença de comportamentos estereotipados. A exposição pré-natal ao ácido valpróico (VPA) em camundongos vêm sendo bastante utilizada como um modelo de indução de comportamento semelhantes ao autismo associados a alterações celulares. No entanto, nenhum estudo relatou a influência da exposição ao VPA in útero em tarefas hipocampo dependentes e na resposta microglial no septo lateral (SL) em camundongos fêmeas adultas. Assim, o objetivo deste trabalho foi investigar alterações comportamentais e microgliais no septo lateral em modelo murino (Balb/c) de TEA, induzido pela exposição ao ácido valpróico no período gestacional, em comparação a animais controle. Camundongos fêmeas (Mus musculus), da linhagem BALB/c, receberam no dia 12,5 de gestação, dose única de solução oral de valproato de sódio diluídos em soro fisiológico (600 mg/kg por peso corporal), ou volume igual de solução salina. A prole foi organizada em gaiolas de ambiente padrão de laboratório no 21º dia pós natal. Após 5 meses de idade as fêmeas foram submetidas a testes comportamentais, e em seguida ao processamento de seus cérebros para marcador seletivo microglial (IBA-1 anticorpo). A análise dos testes de campo aberto (distância percorrida, imobilidade, linhas cruzadas e índice de ocupação da periferia vs. centro), labirinto elevado em cruz (distância percorrida, imobilidade e índice de ocupação dos braços fechados vs. abertos) e na quantificação microglial e volumétrica mostraram diferenças significativas entre os grupos VPA e controle, (teste t bicaudal, p ≤ 0,05). Os resultados demonstraram que camundongos fêmeas expostos ao ácido valpróico durante a gestação apresentaram prejuízos significativos em seu comportamento exploratório na vida adulta. Sugerimos que essas alterações comportamentais estejam associadas à resposta inflamatória central desencadeada pelo VPA. Inferimos que este ganho pode estar relacionado às mudanças comportamentais encontradas, as quais são semelhantes às observadas no autismo.