EFEITOS DO EXTRATO DE AÇAÍ (Euterpe oleracea MART.) EM MODELOS IN VITRO E IN VIVO DE ISQUEMIA CEREBRAL
Euterpe oleracea Mart.; isquemia;acidente vascular encefálio; neuroproteção.
O acidente vascular encefálico (AVE) é uma das principais causas de mortes no mundo, gerando grandes impactos na saúde, na economia e convívio social. O AVE pode ser hemorrágico ou isquêmico, podendo resultar desde grandes sequelas, até ao óbito. O quadro de isquemia cerebral, seja ela, global ou focal, é causado por diminuição no fluxo sanguíneo no sistema nervoso central que conduz a falência bioenergética, excitotoxicidade, estresse oxidativo, neuroinflamação, disfunção da barreira hematoencefálica, recrutamento de micróglias/macrófagos, culminando na morte de neurônios, glia e células endoteliais. Compostos antioxidantes, como terapia adjuvante, podem contribuir para a atenuação dos danos causados por um evento isquêmico. Produtos de origem vegetal, muito utilizados na medicina tradicional, possuem inúmeras substâncias benéficas à saúde, comprovado cientificamente, por terem efeitos anti-inflamatório, antioxidante, antitumoral, antinociceptivo, antienvelhecimento, dentre muitos outros. Dentre essas plantas destacamos o açaí (Euterpe oleracea Mart.), um fruto amazônico utilizado para diversos fins, muito difundido na alimentação, no uso medicinal, industrial e científico. Os frutos maduros do açaizeiro possuem coloração arroxeada, a qual se deve a grande quantidade de antocianinas e outros flavonoides. Neste estudo, visamos investigar os efeitos do extrato do açaí em modelos in vitro e in vivo de AVE isquêmico em ratos Wistar. Para os experimentos in vitro, será utilizado culturas primárias de neurônios/células da glia, derivadas de córtex pré-frontal de ratos neonatos. No 8º dia in vitro, as culturas serão tratadas com extrato de açaí nas concentrações de 10 ng/mL a 500 µg/mL por 24 horas, seguido da análise de viabilidade celular por ensaio de MTT. Após estes experimentos, serão escolhidas as concentrações para uso nos ensaios de privação de glicose/oxigênio por 60 minutos e seguido de reperfusão até 23 horas. Para os experimentos in vivo, será utilizado o método de oclusão da artéria cerebral média (OACM) por 30 minutos com acompanhamento dos animais por 7 dias. Assim, após 4 horas do término da isquemia/reperfusão, os animais receberão o extrato de açaí por gavagem todos os dias, na concentração de 0,05 g/mL. Serão avaliados diariamente o ganho de peso, ingestão de comida e déficit neurológico. Ao final dos experimentos, será realizado a coleta de sangue por punção cardíaca para análise bioquímica, seguido de perfusão. Os encéfalos serão processados para análise histológica (volume de infarto).