ANÁLISE MORFOLÓGICA E TOPOGRÁFICA DA
RETINA DO CAITITU (Tayassu tajacu)
Topográfica, células ganglionares, Tayassu tajacu, retina
A Amazônia hospeda um grande número de espécies de animais silvestres, tornando-se um importante local de investigação sobre fisiologia comparada. Entre estas espécies destacamos o caititu Tayassu tajacu, animal com uma grande distribuição na América Central e Latina. Atualmente existem várias publicações a cerca da morfologia e histologia de órgãos sexuais, carne e sangue do caititu. Porém, no que diz respeito ao estudo sobre a fisiologia visual do caititu, as publicações ainda são escassas. Diante dessa realidade, a proposta do presente estudo foi realizar uma investigação morfológica e topográfica da retina do Tayassu tajacu, objetivando mostrar a distribuição das células ganglionares na retina desta espécie. Foram utilizados oito animais, totalizando seis retinas da especíe Tayassu tacaju de ambos os sexos criados e mantidos em cativeiro na Empresa Brasileira de Pesquisa Brasileira - Embrapa/Pará. Os animais foram abatidos respeitando as normas de manejo animal, em seguida os olhos foram retirados e fixados. As retinas foram dissecadas e coradas com o protocolo de Nissl. Com essa técnica histológica, pode-se observar na camada de células ganglionares a presença de células ganglionares, amácrinas deslocadas, hemácias, micróglia e células componentes da vascularização. A contagem de células ganglionares foi realizada a partir da marcação dos corpos celulares pelo protocolo histológico de Nissl, ao longo do eixo horizontal e vertical, e o número de células ganglionares por campo foi convertido em valores de densidade. Com isso, diferentes regiões da retina foram identificadas conforme análise da distribuição das células ganglionares em termos de densidade celular, desse modo, a densidade média e desvio padrão das retinas analisadas foram de 351,822 ± 31,434 CG/mm², e verificamos diferença de densidade nas regiões estudadas, assim, a região dorsal teve densidade média e desvio padrão de 928,8 ± 41 CG/mm²; a região ventral 916 ± 84 CG/mm²; a região nasal 1560 ± 41; e região temporal com 1595 ± 251. E na região de pico de densidade a média foi de 6.767 CG/mm², que estar localizado a 3,13 mm de distância no sentido dorsal e 6,77 mm no sentido temporal do nervo óptico. Foi verificada a presença de duas regiões especializadas, a faixa visual e a area temporalis. A faixa visual fica localizada no sentido horizontal da região nasal para temporal, de alta densidade celular, que proporciona melhor visão panorâmica do ambiente e a detecção de objetos no horizonte com o mínimo de movimentos visuo-motor. Já a area temporalis localizada dentro da faixa visual, proporciona maior acuidade visual e resolução espacial do meio em que vivem. Com isso, mostra-se a importância dos resultados deste trabalho para estudos futuros que envolvam aplicações clínicas oftalmológica com a retina do caititu como modelos de pesquisa.