"INVESTIGAÇÕES BÁSICAS SOBRE A PERCEPÇÃO DO RUÍDO DE LUMINÂNCIA E RUÍDO DE COR".
Discriminação de cores, ruído de luminância, tricromatas, dicromatas.
Vários experimentos psicofísicos foram desenvolvidos usando estímulos pseudoisocromáticos para avaliar a visão de cores. Foi observado que a percepção de cores depende das características do ruído de luminância presente no estímulo. Esses estudos mostraram que o ser humano analisa o ruído além do signal do estímulo. Neste projeto foram desenvolvidos dois conjuntos de experimentos que estudam como os efeitos do ruído espacial de luminância sobre a percepção visual. No primeiro conjunto de experimentos foi investigado o efeito da mudança nos limites de ruído de luminância na discriminação de cores. Dezoito tricromatas normais e seis dicromatas congênitas (4 protans, 2 deutans) tiveram sua visão de cores avaliada pelo Cambridge Color Test, e foram testados geneticamente para diagnosticar a dicromacia. Os estímulos foram compostos de mosaicos de círculos em um campo circular de 5°. Um subconjunto dos círculos diferiu do campo remanescente por cromaticidade, formando a percepção de uma letra C (4,4° de diâmetro externo, 2,2° de diâmetro interno e 1° de abertura). A discriminação de cores foi estimada em 4 condições de estímulo que diferiram na faixa de ruído de luminância: (i) entre 6-20 cd/m²; (ii) entre 8 e 18 cd/m²; (iii) entre 10 e 16 cd/m²; (iv) entre 12 e 14 cd/m². Foram utilizados seis valores de luminância equidistantes entre os limites de ruído de luminância com a luminância média do estímulo mantida em todas as quatro condições. Um método de escolha forçada de quatro alternativas foi aplicado para alimentar um procedimento de escada para estimar limiares de discriminação de cor em 8 eixos cromáticos. Um modelo de elipse foi ajustado para os 8 limiares de discriminação de cores. Os comprimentos dos vetores limiares em cada eixo cromático e a área de elipse foram considerados como indicadores de desempenho na tarefa psicofísica. O segundo conjunto de experimentos buscou avaliar a discriminação de um alvo pela detecção do ruído presente no alvo com comparação a ausência do ruído
v
no campo do mosaico. Neste estudo serão testados 10 sujeitos saudáveis com idade entre 20 e 40 anos. Um mosaico de círculos será apresentado ao sujeito e um alvo no formato de letra C diferirá do campo do mosaico por apresentar um ruído de luminância, enquanto o campo do mosaico não apresentará nenhum ruído. Serão testadas condições de ruído de luminância com nível de 2, 4, 6, 10 e 14 valores de luminânicia no ruído. O observador deverá indicar a orientação da letra C e os limites do ruído de luminância serão decrescidos a cada acerto enquanto serão acrescidos a cada erro. A mínima diferença perceptível entre os limites do ruído de luminância será considerado como o indicador de sensibilidade para a detecção do ruído. Os resultados preliminares do primeiro experimento mostraram que a taxa de variação da área de elipse em função da faixa de luminância em dicromatas foi maior que em tricromatas (p <0,05). Em relação ao eixo cromático individual, o mesmo resultado foi observado apenas no eixo próximo às linhas de confusão de protan e deutan. Em todos os outros eixos cromáticos, a inclinação da discriminação de cores em função da faixa de luminância do ruído foi estatisticamente a mesma entre tricromatas e dicromatas. Os dicromatas foram mais sensíveis a mudanças no ruído de luminância, especialmente na cromaticidade próxima às suas linhas de confusão de cor de protan e deutan.