Banca de QUALIFICAÇÃO: NONATA LUCIA TREVIA DA SILVA

Uma banca de QUALIFICAÇÃO de MESTRADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: NONATA LUCIA TREVIA DA SILVA
DATA: 15/08/2012
HORA: 10:00
LOCAL: SALA DE AULA DA DISCIPLINA ANATOMIA PATOLÓGICA/HUJBB
TÍTULO:

ACUIDADE VISUAL E MATRIZ EXTRACELULAR NO CÓRTEX VISUAL PRIMÁRIO: ALTERAÇÕES ASSOCIADAS À PRIVAÇÃO MONOCULAR PRECOCE E AO ENRIQUECIMENTO AMBIENTAL

PALAVRAS-CHAVES:

privação monocular, período crítico, córtex visual, redes perineuronais, acuidade visual e estereologia.

PÁGINAS: 53
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Morfologia
RESUMO:

Períodos críticos são associados a processos plásticos de extrema sensibilidade dependentes da experiência ambiental de cada indivíduo, e que têm sido descritos em várias espécies e sistemas sensoriais (Hensch, 2004). O período crítico pós-natal tem sido mais extensamente estudado no sistema visual, onde a manipulação da experiência visual causa uma desigualdade entre as aferências dos dois olhos, e um deslocamento das colunas de dominância em favor do olho aberto. Por outro lado, o enriquecimento ambiental é responsável por várias alterações cerebrais que estão associadas a um aumento da plasticidade, aumento da arborização dendrítica, gliogênese, neurogênese e melhora no aprendizado e memória no cérebro adulto (Sztainberg & Chen, 2010). O objetivo do presente trabalho é analisar a influência do enriquecimento ambiental sobre a distribuição laminar da matriz extracelular no córtex visual primário e determinar a acuidade visual de camundongos albinos que cresceram em ambiente padrão ou enriquecido, e que foram submetidos à privação monocular precoce. Camundongos suíços albinos, fêmeas, foram anestesiados e submetidos à sutura da pálpebra direita no 10º dia de vida, constituindo o grupo Monocular, (M, n=16). Os animais do grupo controle, não foram submetidos a nenhuma privação ou procedimento cirúrgico e constituem o grupo Binocular, (B, n=16). Ao completarem 21 dias, os animais foram subdivididos em dois grupos experimentais: ambiente padrão (AP) e ambiente enriquecido (AE), constituindo os grupos M.AP, M.AE, B.AP e B.AE. Após três meses, os animais do grupo Monocular foram novamente anestesiados e tiveram suas pálpebras direitas reabertas, para a posterior realização do teste de acuidade visual. Os animais foram então anestesiados, sacrificados e perfundidos com fixador aldeídico (Paraformaldeído 4%, pH 7.2-7.4). Seus cérebros foram removidos, seccionados à 70µm de espessura em um vibrátomo e processados para histoquímica da lectina Wisteria floribunda (LWF). Os limites arquitetônicos do córtex visual primário (área 17) foram claramente definidos pela marcação para a LWF e o método estereológico sem viés do fracionador óptico foi aplicado para estimar o número de redes perineuronais (RPNs) nas camadas supragranular, granular e infragranular dos córtices visuais ipsi- e contralateral à privação ocular. Os grupos foram comparados utilizando a Análise de Variância (ANOVA) dois critérios e análises pós-teste Bonferroni, com nível de confiança ≥ 95% (p < 0.05). Os animais do grupo B.AP apresentaram acuidade visual de 0.48 ciclos/grau (± 0.1482; média ± erro padrão) e aqueles alojados em ambiente enriquecido (B.AE) apresentaram um melhor desempenho do teste, atingindo 0.996 ciclos/grau (± 0.214). A acuidade visual foi significantemente menor nos animais submetidos à privação monocular (M.AP 0.18 ciclos/grau ± 0.041; M.AE 0.4 ciclos/grau ± 0.188). Análises comparativas das estimativas estereológicas revelaram que o ambiente enriquecido aumenta o número de RPNs tipo 1 e de RPNs Total nas camadas supragranular e granular em ambos os hemisférios nos camundongos submetidos à privação monocular (ANOVA dois critérios, p < 0.05), sendo que essa diferença na camada granular é decorrente principalmente do aumento da matriz extracelular no hemisfério direito (ipsi-lateral a privação ocular) (Bonferroni pós-teste, p < 0.05). Na camada infragranular, os animais do grupo M.AE apresentaram um aumento apenas no número de RPNs tipo 1, em ambos os hemisférios. A quantidade das redes do tipo 2 não apresentou diferenças significativas entre os grupos experimentais. Não houve diferenças significantes quando se investigou a possibilidade de interação entre os hemisférios (ipsi e contra) e a condição ambiental (ANOVA dois critérios, p > 0.05).

MEMBROS DA BANCA:
Presidente - 081.060.962-20 - JOSE ANTONIO PICANCO DINIZ JUNIOR - UFRJ
Externo ao Programa - 2153060 - LUCIDIA FONSECA SANTIAGO
Externo ao Programa - 1175761 - SAMIA DEMACHKI