A base molecular das adaptações visuais de Anableps
anableps e Phreatobius cisternarum através da análise de
transcriptoma com ênfase nos genes das opsinas
Anableps, Phreatobius, transcriptoma, opsinas, proteínas.
As opsinas não visuais estão envolvidas em fenômenos fisiológicos dependentes da luz
como a regulação física dos ritmos circadianos, a fotoperiodicidade e a mudança de cor do
corpo, mas pouco se conhece sobre sua participação no processo de adaptação visual. Peixes
teleósteos que vivem em diferentes habitats adaptam a visão em relação a luz que prevalece
nesses ambientes. Entre eles, existem as espécies, Anableps anableps ou “peixe de quatro
olhos” que vive em ambientes aéreo-aquático e Phreatobius cisternarum ou “bagre
subterrâneo” de ambientes completamente escuros ou com baixa luminosidade. Devido a estas
diferentes condições de luz características dos habitats em que a espécie vive, estes peixes têm
adaptações morfológicas e fisiológicas nos olhos para capturá-la e processá-la. Esta tese tem
como objetivo avaliar o repertório e contribuição das opsinas não visuais na adaptação visual
nas espécies A. anableps e P. cisternarum. Foram feitos transcriptomas da região ocular em A.
Anableps e da cabeça de P. cisternarum. Foram encontrados 20 opsinas não visuais no
sequenciamento de RNA dos olhos de A. anableps, e 5 dessas opsinas em P. cisternarum,
indicando que a expressão destes genes pode estar relacionada à heterogeneidade do habitat em
que as espécies vivem. Além disso, P. cisternarum apresenta diferentes estruturas morfológicas
como dentes numerosos, pseudotímpano, barbilhões, órgãos sensórios e estruturas globulares
de gordura no corpo, os quais são características troglomórficas típicas do ambiente subterrâneo
em que vivem.