ANÁLISE DO PERFIL DO NÚMERO DE CÓPIAS, TRANSCRIPTOMA E METILOMA DE PACIENTES COM TUMORES ASTROCÍTICOS E EM LINHAGENS DE GLIOBLASTOMAS TRATADAS COM PISOSTEROL
Epigenética, Gliomas, Tumores Gliais, glioblastoma multiforme, Pisosterol, regulação gênica, Metilação
Os tumores do sistema nervoso central (SNC) representam aproximadamente 2% de todos os tipos de cânceres. Embora a incidência dos tumores do SNC seja pequena, comparada às outras neoplasias, estes tumores estão entre as mais graves malignidades humanas, pois afetam o órgão responsável pela coordenação e integração de todas as atividades orgânicas. Os gliomas representam aproximadamente 80% de todos os tumores intracraniais. Eles afetam tipicamente adultos, com uma incidência elevada entre os 40 aos 65 anos de idade. Apenas 1% a 5% dos gliomas podem ser classificados como hereditários, pois a maioria é esporádica de causas desconhecidas. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), os gliomas são classificados em quatro graus histológicos (Graus I, II, III e IV), onde os tipos histológicos mais comuns são: astrocitomas (OMS graus I-IV) (70% de todos os casos), oligodendrogliomas (OMS graus II-III) e oligoastrocitomas (OMS graus II-III). Dentre os gliomas, os glioblastomas, ou glioblastoma multiforme (GBM), são os tumores astrocíticos mais agressivos e malignos. Podem surgir por duas vias patogênicas distintas: a partir de um astrocitoma pré-existente (GBM secundário) ou emergindo de novo em um estado totalmente maligno (GBM primário). Apesar de numerosos fármacos contra os GBMs já terem sido desenvolvidos, os mesmos induzem reações adversas e os seus efeitos terapêuticos não são satisfatórios. Considerando que o entendimento dos mecanismos genéticos e epigenéticos podem ajudar na compreensão da patogênese molecular dos astrocitomas e contribuir para identificação de marcadores moleculares de diagnóstico e de resposta ao tratamento, o presente trabalho visa estudar as alterações no número de cópias (CNVs), expressão gênica e a regulação epigenética (metilação) em amostras tumorais coletadas de pacientes diagnosticados com astrocitomas, e em linhagens de GBM (U87-MG, U343, AHOL1 e 1321N1) tratadas com Pisosterol, um composto com atividade anti-proliferativa, proporcionando uma melhor caracterização do mecanismo molecular de ação deste composto e permitindo a identificação de marcadores que poderão ser considerados possíveis alvos terapêuticos, melhorando, dessa forma, o tratamento do tipo tumoral estudado. Desse modo, os resultados do presente estudo poderão auxiliar os profissionais de saúde no diagnóstico, contribuindo para a melhoria da sobrevida dos pacientes, além de contribuir para a compreensão da ação epigenética do Pisosterol e seu potencial efeito antitumoral em GBM.