RUPTURA DO TENDÃO DE AQUILES INDUZ ALTERAÇÕES BIOQUÍMICAS E HISTOLÓGICAS NA MEDULA ESPINHAL DE CAMUNDONGOS
Tendinopatia, Medula espinhal, Tendão de Aquiles.
A fisiopatologia do tendão envolve liberação de mediadores neuronais que desempenham um papel ativo na regulação da dor, inflamação e homeostase do tendão. Novos direcionamentos têm apontado que a injúria não se restringe às alterações estruturais do tecido, mas, envolve uma possível participação do SNC na regulação da lesão. Nesse contexto, ainda é desconhecido se a lesão tendínea afeta o SNC, desse modo, o presente estudo objetiva investigar possíveis alterações histológicas e bioquímicas na medula espinhal (L5) provocada pela ruptura total do tendão de Aquiles de camundongos. Para isso, os animais foram submetidos à tenotomia do tendão de Aquiles, e divididos em três grupos (n=30): Controle; Ruptura e Ruptura+Sutura. Foi avaliado o número de células dos cornos ventrais e dorsais da medula espinhal nível L5 por marcação com DAPI e a participação do sistema nitrérgico pela quantificação dos níveis teciduais de nitrito na intumescência lombar no 7º, 14º e 21º dia pós-lesão. A análise histológica demonstrou sob contagem do número de células dos corno ventral direito, que o grupo ruptura apresentou um menor número de células em 7 (264±15,5; p<0,01), 14 (275,5±21,2; p<0,05) e 21 (260±10; p<0,01) dia pós-lesão em relação ao grupo controle (342,3±29,2) e no corno ventral esquerdo no 7º (259,6±4,5; p<0,01), 14º(286±12,1; p<0,05) e 21º(257,3±13,5; p<0,05) dia pós-ruptura em relação ao grupo controle (342,3±31,2). O grupo com sutura não diferiu do grupo controle. A quantificação de nitrito em 7 dias após a lesão mostrou maiores níveis de nitrito do grupo Ruptura (0,00051±2,4x10-5) em relação ao grupo Ruptura+Sutura (0,00043±1.51x10-6, p<0,01) e o grupo controle (0,0002±3.86x10-5, p<0,01). Em 14 dias após a lesão também foram visto um aumento significativo nos níveis de nitrito do grupo Ruptura (0,0013±0,0003) em relação ao grupo Ruptura+Sutura (0,0003±4.43x10-5, p<0,01) e o grupo controle (0,0002±3.86x10-5, p<0,01). Nossos resultados prévios mostram que a ruptura do tendão induz alterações na medula espinhal quanto ao número de células e demonstra a participação do sistema nitrérgico neste processo.