Descobrindo novas ferramentas terapêuticas contra a convulsão e o comportamento tipo depressivo: ensaios pré-clínicos com Euterpe oleracea (açaí)
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O açaí (Euterpe Oleracea Mart.) é uma palmeira típica do norte do Brasil, rica em
compostos fenólicos e antocianinas, substâncias com elevada atividade antioxidante e de
comprovados efeitos benéficos à saúde. Além de sua capacidade antioxidante, o açaí
também exerce efeito cardioprotetor, antiproliferativo e anti-inflamatório. O estresse
oxidativo e a inflamação estão envolvidos na geração e propagação de crises convulsivas,
principal característica clínica da epilepsia, e na patogenia da depressão. A epilepsia e a
depressão representam um importante e crescente problema para a saúde pública, uma
vez que reduzem a qualidade de vida dos pacientes, podendo conduzi-los a uma condição
debilitante. As crises convulsivas podem ocorrer com maior frequência em pacientes com
depressão provavelmente porque compartilham mecanismos patogênicos (estresse
oxidativo e inflamação). Além de sua influência sobre as crises convulsivas, a depressão
eleva os índices de refratariedade para o tratamento cirúrgico e farmacológico da
epilepsia. A necessidade de descoberta de novas alternativas terapêuticas para depressão
e para as crises convulsivas é evidente. Considerando esta necessidade, a ampla
disponibilidade do açaí em nossa região, seu elevado consumo e o envolvimento do
estresse oxidativo e da inflamação na patogênese das crises convulsivas e da depressão é
importante investigar o efeito do açaí sobre as crises convulsivas e o comportamento tipo
depressivo, comportamento que mimetiza as características da depressão clínica em
animais de laboratório.