AVALIAÇÃO DA ATIVIDADE ANTINOCICEPTIVA DO EXTRATO METANÓLICO DAS FOLHAS DE Montrichardia linifera (Arruda) Schott
Atividade antinociceptiva, Montrichardia linifera, Plantas medicinais, Toxicidade oral aguda.
Introdução: A espécie Montrichardia linifera (Arruda) Schott, da família Araceae Juss e do
gênero Montrichardia Crüger, é popularmente conhecida na Amazônia como “aninga”,
“aningaçu”, “aningaíba” e “aninga-do-igapó”. Esta planta é apresenta forte tradição
etnofarmacológica, usado por comunidades ribeirinhas para hemorragias nasais, reumatismo,
úlceras, cicatrizes, tuberculose, antimalárico, antidiurético, antidiabético, expectorante e
analgésico contra mordida de serpentes e ferroadas de arraias. Objetivo: Avaliar a atividade
antinociceptiva do extrato metanólico das folhas de Montrichardia linifera (EMFML).
Material e métodos: Para compreender a composição química do EMFML, foram realizadas
a cromatografia líquida de alta eficiência (CLAE) e a ressonância magnética nuclear (RMN)
no Laboratório Central de Extração coordenado pelo professor Dr. Wandson Braamcamp de
Souza Pinheiro. Para assegurar a segurança do EMFML, foi realizado o teste de toxicidade
oral aguda de acordo com o protocolo n° da 423 da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OECD). Após estes ensaios, foram realizados os testes de
nocicepção com o teste de placa quente, o teste de contorção abdominal por ácido acético
0,6% e o teste bifásico com formalina 1%. Resultados prévios: Foram identificadas 5
substâncias no EMFML: rutina, quercetina, epicatequina, luteolina e crisoeriol. Os resultados
obtidos no teste de toxicidade do EMFML não demonstraram alterações significativas no
ganho de peso dos animais, no consumo de ração e de água, assim como não houve variação
no peso relativos dos órgãos coletados. No teste de nocicepção térmica, o EMFML 50 mg/kg
apresentou tempo de latência de 164,35% e 122,92%, e o EMFML 100 mg/kg apresentou
162,62% e 136,63%, ambos os grupos demonstraram aumento significativo em relação ao
controle negativo no tempo 30’ e 60’. Conclusão: Portanto, estes resultados prévios sugerem
que o EMFML seja de baixo risco para o consumo humano, considerado de categoria 5 (LD50
> 2.000 mg/kg) de acordo com a diretriz n°423 da OECD, e os dados obtidos no teste de placa
quente corroboram com as substâncias identificadas no extrato, sugerindo possível ação no
sistema nervoso central do EMFML, uma vez que a inibiu a reação aos estímulos dolorosos.