"EFEITOS ANTI-INFLAMATÓRIOS E NEUROPROTETORES DO EXTRATO DE GERGELIM PRETO (Sesamum indicum L) EM UM MODELO EXPERIMENTAL DE ISQUEMIA ESTRIATAL"
Acidente vascular encefálico; neuroproteção; extrato de gergelim; neuroinflamação.
Acidente Vascular Encefálico (AVE) é uma neuropatologia caracterizada como o
surgimento súbito global ou focal de déficits da função neurológica de duração
superior a 24 horas ou que leve a morte, cuja única causa reside na origem vascular.
Estudos sobre a incidência, comprometimento físico e mortalidade enquadram o AVE
como a segunda causa de morte no mundo e a principal complicação orgânica que
leva às disfunções físico-neurológicas, frequentemente, graves e permanentes. A
indução do AVE em animais de experimentação e o entendimento de sua
fisiopatologia, bem como a busca de tratamentos que minimizem os danos
neurológicos e estimulem a recuperação morfofuncional do indivíduo afetado são
temas de grande relevância científica e clínica. Neste estudo, investigamos os
possíveis efeitos neuroprotetores e/ou anti-inflamatórios do extrato supercrítico de
gergelim preto (Sesamun indicum L.) após lesão isquêmica focal por microinjeções de
80 pmol de endotelina-1 no estriado de ratos adultos, usando as coordenadas
estereotáxicas: 1,2 mm, anterior-posterior; 2,5 mm, médio-lateral; 4,0 mm,
dorsoventral. Após a indução do AVE, os grupos controles foram tratados com tween
a 5% e os tratados receberam 150 mg/kg de gergelim, ambos, por via intraperitoneal,
em duas doses diárias de 75 mg/kg. A neuropatologia foi obtida em secções
encefálicas com 50 e 20 μm de espessuras e coradas com violeta de cresila, para
identificar a área de lesão, e/ou imunomarcadas por anticorpos específicos à
identificação de neurônios (anti-NeuN), astrócitos (anti-GFAP) e micróglia (anti-ED1).
Secções de 5 μm de espessura de rim e fígado corados por métodos histológicos e
histoquímicos não mostraram alterações morfológicas nas células que compõem
esses órgãos essenciais, sugerindo baixa toxicidade do extrato. Todas as secções
coradas e/ou imunomarcadas foram visualizadas em microscópio óptico e seus
campos mais ilustrativos, em todos os tempos de sobrevida e grupos experimentais,
foram capturados digitalmente e editados em computador. A quantificação das células
NeuN+(neurônios), micróglia/macrófagos (ED1+) e astrócitos (GFAP+) na área de
lesão, três secções por lâmina, todo campo ao redor de lesão por secção, com auxílio
de uma gradícula de área 0,0625 mm2 na ocular possibilitou o teste t-Student à análise
estatística entre os grupos e o uso do programa Microsoft Excel à plotagem dos
gráficos. Por fim, uma caracterização da citotoxicidade in vitro, bem como a verificação
do índice de acidez do extrato revelou baixa acidez e mínima agressividade em células
sanguíneas, que ratifica o uso do extrato supercrítico em estudos que visem o
tratamento de doenças agudas e crônicas no SNC.