“Os Efeitos da Atividade Física Voluntária na Recuperação Funcional após AVE Isquêmico (AVEi)”
Atividade Física Voluntária, Recuperação Funcional, Acidente Vascular Encefálico Isquêmico,
Citonias
O
O acidente vascular encefálico (AVE) é resultante da oclusão (isquemia - AVEi) ou da
ruptura (hemorragia - AVEh) de vasos sanguíneos no sistema nervoso central (SNC), ocasiona
eventos bioquímicos complexos que causam danos ao metabolismo energético das células
nervosas, disfunção da barreira hematoencefálica e, eventualmente, morte celular de neurônios
e células da glia. Diversos estudos experimentais estão buscando estratégias de promover
melhora nas repercussões funcionais e sociais em indivíduos que sofreram AVE. A prática de
exercícios físicos vem sendo discutida e reconhecida na literatura científica como um fator
importante estratégia de reabilitação para as repercussões clínicas neurológicas e envolve a
redução do estresse oxidativo, a liberação de fatores de crescimento celular no SNC e o aumento
das chances de recuperação funcional. Dessa forma, o presente projeto avaliou os efeitos da
atividade física voluntária na recuperação funcional e na área de lesão em modelo experimental
de AVE isquêmico (AVEi) focal na representação sensório-motora (S1/M1) da pata anterior.
Utilizamos modelos de experimentação animal (Rattus novergicus, todos machos e da linhagem
Wistar) que sofreram indução experimental de AVEi através do uso de microinjeções do
vasoconstritor Endotelina-1 (ET-1). Os animais foram organizados nos grupos experimentais:
grupo controle (GC), grupo sham (GS), AVE sem atividade física voluntária (AVE) e AVE
com atividade física voluntária (AVE+EX). Foram realizados os testes para avaliação sensório-
motora staircase e da escada horizontal durante a fase aguda do AVEi (baseline e 3, 7 e 14 dias
após AVEi). Os procedimentos histológicos de coloração de Nissl foram usados para análise da
área de lesão. Por fim, os dados foram analisados com o auxílio do sofware GraphPad Prism8
por meio da análise de variância (ANOVA) de uma via corrigidas por pós-teste Tukey ou teste
Kruskal-Wallis. A significância estatística foi de p<0,05 e todos os dados foram apresentados
como média ± desvio padrão. Neste estudo a atividade de corrida voluntária promoveu a
recuperação funcional, com repercussões na melhora do desempenho motor no teste da escada
horizontal (F (2,223, 15,56) = [20,29], p<0,0001), além da manutenção da taxa de sucesso no
teste staircase (F (3, 48) = 3,629, p=0,0193). Assim, apesar de não possuir influência sob o
tamanho da área de lesão, a atividade física voluntaria foi capaz de promover a melhora dos
déficits sensório motores, gerando recuperação funcional.