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Banca de QUALIFICAÇÃO: CAIO MAXIMINO DE OLIVEIRA
Uma banca de QUALIFICAÇÃO de DOUTORADO foi cadastrada pelo programa.
DISCENTE: CAIO MAXIMINO DE OLIVEIRA
DATA: 02/09/2013
HORA: 10:00
LOCAL: AUDITÓRIO PROF. DR. JOÃO PAULO DO VALLE MENDES/ICB/UFPA
TÍTULO: PAPEL DA SEROTONINA NO COMPORTAMENTO DEFENSIVO DO
PAULISTINHA (DANIO RERIO HAMILTON 1822) ADULTO: DIFERENÇAS
ENTRE MODELOS COMPORTAMENTAIS, LINHAGENS E EFEITOS DO
ESTRESSE PREDATÓRIO AGUDO
PALAVRAS-CHAVES: Serotonina; Paulistinha; Ansiedade; Medo; Escototaxia; Geotaxia
PÁGINAS: 127
GRANDE ÁREA: Ciências Biológicas
ÁREA: Farmacologia
RESUMO: Os transtornos de ansiedade apresentam a maior incidência na população mundial dentre os
transtornos psiquiátricos, e os benzodiazepínicos amplamente utilizados no tratamento de
alguns desses transtornos encontram-se entre as drogas mais consumidas globalmente;
ainda assim, a eficácia clínica dessas drogas é baixa, em parte devido ao desconhecimento
acerca das bases neuroquímicas desses transtornos. A introdução de modelos
comportamentais mais específicos para cada transtorno levou à sugestão de que,
fenomenologicamente, essa categoria pode ser dividida em alterações na aproximação
defensiva e alterações na evitação defensiva (GUIMARÃES et al., 2010; MCNAUGHTON e
CORR, 2004; MCNAUGHTON e ZANGROSSI JR, 2008). O primeiro caso envolve as
situações nas quais o sujeito deve inibir sua tendência a aproximar-se de contextos novos,
mas potencialmente perigosos, e inclui o transtorno de ansiedade generalizada; o segundo
caso envolve as situações nas quais o sujeito deve retirar-se de um contexto aversivo, e
inclui as fobias, o transtorno de pânico e o transtorno de ansiedade social. DEAKIN e
GRAEFF (1991) sugeriram que essas duas funções são moduladas de forma oposta pelo
sistema serotonérgico, que inibe as reações de retirada (fuga) e potencializa as reações de
inibição (esquiva). Para uma compreensão mais ampla e evolutivamente substanciada
desses fenômenos, a utilização de espécies filogeneticamente mais antigas pode ser uma
aproximação interessante no campo da modelagem comportamental; assim, sugerimos o uso
do paulistinha (Danio rerio Hamilton 1822), uma espécie de ciprinídeo originária do Sudeste
Asiático e amplamente utilizada como organismo-modelo em biologia do desenvolvimento,
na tentativa de compreender a conservação evolutiva da dupla modulação desses
comportamentos pelo sistema serotonérgico. Demonstramos que os níveis extracelulares de
serotonina no cérebro de paulistinhas adultos expostos ao teste de preferência claro/escuro
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[PCE] (mas não ao teste de distribuição vertical eliciada pela novidade [DVN]) apresentam-se
elevados em relação a animais manipulados, mas não expostos aos aparatos. Além disso, os
níveis teciduais de serotonina no rombencéfalo e no prosencéfalo são elevados pela
exposição ao PCE, enquanto os níveis teciduais de serotonina no mesencéfalo são elevados
pela exposição ao DVN. Os níveis extracelulares de serotonina estão correlacionados
negativamente com o tempo no branco, a tigmotaxia e a avaliação de risco no PCE, e
positivamente com o tempo no topo no DVN. O tratamento agudo com uma dose baixa de
fluoxetina (2,5 mg/kg) aumenta a preferência por escuridão, a latência para entrada no
compartimento branco, a tigmotaxia e a avaliação de risco no PCE, e diminui a preferência
pelo fundo e a duração do congelamento, e facilita a habituação no DVN; uma dose alta (10
mg/kg) produz efeitos hiperlocomotores em ambos os testes. O tratamento com o agonista
parcial do receptor 5-HT1A, buspirona, diminui a preferência por escuridão, a tigmotaxia e a
duração do congelamento nas doses de 25 e 50 mg/kg no PCE, e diminui a avaliação de
risco na dose de 50 mg/kg; no DVN, ambas as doses diminuem a preferência pelo fundo,
enquanto somente a maior dose diminui a duração do congelamento e facilita a habituação.
O tratamento com WAY 100635, um antagonista do receptor 5-HT1A, diminui a preferência
por escuridão nas doses de 0,003 e 0,03 mg/kg, enquanto somente a dose de de 0,03 mg/kg
diminui a tigmotaxia e a avaliação de risco no PCE. No DVN, ambas as doses aumentam o
tempo no topo, enquanto somente a menor dose facilita a habituação e aumenta o tempo em
uma base (homebase). O agonista inverso do receptor 5-HT1B, SB 224289, não produziu
efeitos sobre a preferência por escuridão, mas aumentou a avaliação de risco na dose de 2,5
mg/kg; no DVN, essa droga aumentou o tempo no topo e diminui a freqüência de nado
errático nas doses de 2,5 e 5 mg/kg, enquanto a dose de 2,5 mg/kg aumentou o tempo em
uma base. O tratamento com o inibidor da triptofano hidroxilase DL-para-clorofenilalanina (2
injeções de 300 mg/kg, separadas por 24 horas) diminuiu a preferência por escuridão, a
tigmotaxia e a avaliação de risco no PCE, e aumentou a preferência pelo fundo e o tempo em
uma base e diminuiu a habituação no DVN. Esses resultados sugerem que o sistema
serotonérgico do paulistinha modula o comportamento no DVN e no PCE de forma oposta,
reforçando a hipótese de que esses testes medem construtos diferentes e sugerindo uma
conservação filogenética na função da serotonina no controle do comportamento defensivo.
MEMBROS DA BANCA:
Interno - 1557087 - AMAURI GOUVEIA JUNIOR
Presidente - 1548199 - ANDERSON MANOEL HERCULANO OLIVEIRA DA SILVA
Interno - 2585501 - FERNANDO ALLAN DE FARIAS ROCHA
Notícia cadastrada em: 27/08/2013 10:52