ANÁLISE PROTEÔMICA DE ESPÉCIES DE FABACEAE ESTABELECIDAS EM ECOSSISTEMA AFETADO PELA MINERAÇÃO DE FERRO NA SERRA DOS CARAJÁS
Recuperação de áreas degradadas, Proteômica de plantas, Mecanismos adaptativos, resposta a estresse
Ecossistemas degradados pela atividade mineradora estão sujeitos a condições adversas que requerem o desenvolvimento de diferentes mecanismos de adaptação. Neste cenário, é essencial a identificação de espécies vegetais de alto rendimento nesses ambientes. A compreensão dos mecanismos moleculares envolvidos nessas adaptações é fundamental para o monitoramento de plantas em programas de recuperação de áreas degradadas nos locais de mineração. O objetivo deste estudo foi analisar o proteoma de raízes de plantas da espécie Dioclea apurensis a fim de identificar proteínas envolvidas em mecanismos moleculares relacionados à adaptação dessa espécie no seu ambiente natural, e que possibilitam o seu estabelecimento em áreas mineradas em recuperação. Foram identificadas 394 proteínas com diferença estatística (p <0,05) e "fold change" ≥ 1,5, sendo 291 delas mais acumuladas em plantas de área nativa (canga) e 105 com acúmulo em plantas de áreas em recuperação. Demonstramos que a planta tem uma série de mecanismos adaptativos diferentes para sobreviver no ambiente da canga, como ser capaz de lidar com o estresse oxidativo, excesso de metais no solo, seca e privação de nutrientes, além de apresentar uma boa capacidade para simbiose com microorganismos. A capacidade da planta de sobreviver no ambiente desafiador da canga, aparentemente sem esforço, torna-a uma excelente candidata para fins de recuperação de terras. Além disso, os mecanismos adaptativos podem ser informativos para a seleção ou modificação de plantas mais adequadas para ambientes estressantes.