Exploração metagenômica viral do rio Itacaiúnas, Marabá-PA a partir de uma perspectiva One Health
Viroma, água doce, fagos, metagenômica, Amazônia
A região Amazônica compreende uma área com uma rica biodiversidade com a mais vasta rede fluvial global que deságua aproximadamente 18% do total de água doce disponível do mundo no oceano atlântico. A constante aproximação de conglomerados humanos da floresta tem ameaçado a saúde destes ecossistemas com o aumento de descarte de resíduos, que além de poluir o ambiente, geram desequilíbrio em comunidades microbianas. Uma importante camada destes microrganismos são os vírus, os quais são o grupo taxonômico mais abundante do mundo e na água doce podem atingir até 106 a 108 partículas virais por mL. São responsáveis, principalmente, pela reciclagem de nutrientes orgânicos e direcionamento do fluxo de matéria e energia em comunidades microbianas. Entretanto, é importante destacar que os rios também têm o potencial de serem carreadores de vírus patogênicos que podem representar risco para a saúde de animais e humanos, especialmente quando há uma influência significativa das atividades humanas. Partículas virais podem persistir em ambientes aquáticos e têm a capacidade de infectar seres humanos por meio do contato direto, da ingestão de água ou alimentos contaminados, e podem ser transportados para outras áreas
durante os ciclos de maré. Esse cenário aumenta consideravelmente o risco de emergência de doenças, principalmente em regiões com infraestrutura de saúde limitada. Com as tecnologias de sequenciamento de alto rendimento, surgiu uma ferramenta apta a estudos em larga escala de comunidades microbianas a partir de DNA ambiental como o sequenciamento total metagenômico. Nesse sentido a objetivo deste trabalho foi caracterizar o viroma do rio Itacaiúnas na cidade de Marabá-PA, além de quantificar a presença de potenciais patógenos humanos e animais e marcadores de contaminação fecal em águas e correlacionando-os com fatores físico-químicos e metadados de atividades antropogênicas.