INVESTIGAÇÃO DE VARIANTES EM GENES DE FARMACOGENÉTICA EM ASSOCIAÇÃO COM A RESPOSTA AO TRATAMENTO COM IMATINIBE DE PACIENTES COM LEUCEMIA MIELOIDE CRÔNICA NA REGIÃO NORTE DO BRASIL
Leucemia Mieloide Crônica, farmacogenômica, imatinibe
A Leucemia Mieloide Crônica (LMC) é caracterizada como a proliferação anormal da linhagem granulocítica sem a perda de capacidade de diferenciação, ocasionada pela translocação recíproca e equilibrada entre os braços longos dos cromossomos 9 e 22 nas regiões q34 e q11, respectivamente, essa translocação leva à formação do cromossomo Filadélfia (Ph). O tratamento de primeira linha da LMC é realizado com o inibidor de tirosina-quinase, imatinibe, que embora seja alvo-específico, cerca de 30% dos pacientes desenvolve resistência ao tratamento. Os mecanismos de resistência independentes de BCR-ABL serão o alvo deste estudo e compreendem, principalmente, variantes em genes da farmacocinética e da farmacodinânica do imatinibe. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi investigar a associação de 40 variações de nucleotídeo único (SNVs) em genes envolvidos na farmacogenômica do imatinibe com as a resistência ao tratamento da LMC. Além disso, analisar a relação entre 32 SNVs em genes implicados no processo carcinogênico com a falha terapêutica do imatinibe. Nossos resultados apontaram que a variante rs12505410 do gene ABCG2 está envolvida na resistência primária (presente desde o início do tratamento). Assim, os pacientes com o alelo G neste SNV têm menor risco de apresentarem resistência primária do que indivíduos com o genótipo TT. E ao analisar a resistência secundária (que se manifesta ao longo do tempo e depois de uma resposta positiva ao tratmento), encontramos que pacientes com o genótipo recessivo AA na variante rs2290573 do gene ULK3 tem três vezes mais chances de desenvolver resistência ao longo do tempo do que pacientes com outros genótipos. Além disso, realizamos a análise de interação das variantes investigadas e diversas combinações apresentaram resultados estatisticamente significativos tanto para resistência primária quanto secundária. No tocante à falha terapêutica, os resultados mostraram que os SNVs rs2372536 no gene ATIC e rs10821936 no ARID5B gene são estatísticamente significantes com esta variável clínica. Ressalta-se a importância de biomarcadores preditivos de tratamento para a avaliação precoce do tipo de resposta e possíveis resistências ao tratamento, melhorando o manejo terapêutico e a qualidade de vida dos pacientes.