PERFIL TOXICOLÓGICO E POTENCIAL PROTETOR DE Euterpe oleraceae (AÇAÍ) e Annona glabra (ARATICUM-DO-BREJO): UMA ANÁLISE IN VITRO E IN VIVO
Antioxidante, MTT, Micronúcleo, Divisão
nuclear, Neoplásica.
As plantas sempre estiveram presentes no cotidiano do homem, seja para a alimentação ou na
prevenção e/ou cura de doenças, o que torna relevante os estudos sobre o potencial destes vegetais
como candidatos a matéria prima para diversos produtos, inclusive avaliações relacionadas a atividade
antioxidante, efeitos tóxicos e antimutagênicos de extratos, frações e até moléculas isoladas de plantas.
Dois exemplos de plantas que já utilizadas e que são objeto de estudo do presente trabalho são a
Euterpe oleraceae, conhecida como açaí e a Annona glabra, conhecida como araticum-do-brejo. Para
análise dos efeitos dos extratos etanólico do caroço de açaí preto (AP) e branco (AB) e extrato
etanólico (EE) fração metanólica (FM) e rutina (RUT) obtidos da casca araticum-do-brejo, serão
realizados testes in vitro e in vivo. Para o teste DPPH serão utilizadas concentrações de 6,25 μg/mL,
12,5 μg/mL, 25 μg/mL, 50 μg/mL, 100 μg/mL, 200 μg/mL e 400 μg/mL para todas as substâncias
testadas. Nos testes in vitro serão utilizadas as linhagens de estômago não neoplásica MNP01 e
neoplásica ACP02, o MTT AP e AB será realizado nas mesmas concentrações já citadas, em que será
testado também o potencial citoprotetor, a partir a exposição concomitante a doxorrubicina (DOX) na
concentração de 200 μg/mL, O EE, FM e RUT serão testados apenas nas concentrações 6,25 a 200
μg/mL. Para os ensaios do micronúcleo (MN) e cometa (CMT) serão utilizadas as concentrações de 25
a 200 μg/mL para todas as substâncias testadas. Os testes in vivo serão feitos apenas com o extrato de
AP ou AB, dependendo dos resultados observados in vitro. Camundongos da linhagem suíça serão
expostos às concentrações de 2000mg/mL, 1000mg/mL e 50mg/mL juntas ou não a DOX. Após a
eutanásia serão coletados o sangue e a medula óssea para os testes do MN e CMT, respectivamente.
Como resultados preliminares, no teste do MTT os extratos de AP e AB não exibiram citotoxicidade
em ACP02 e uma pequena redução da viabilidade em MNP01 em 400 μg/mL. Foi observado também
que ambos os extratos protegem as duas linhagens celulares nas concentrações de 200 e 400 μg/mL. O
DPPH revela que os dois extratos são antioxidantes, sendo o AP com maior potencial e EC50 de 9,4
μg/mL. Já para EE, FM e RUT todos exibem atividade atóxica e antioxidante, sendo EE e FM com
maior potencial e igual EC50 de 16,7μg/mL. O teste do MN não revela a presença de MN ou outras
anomalias, porém demonstra uma redução do índice de divisão nuclear em ACP02 apenas para FM e
em MNP01 em EE e FM. Mais estudos relacionados a composição química destes extratos e seus
possíveis mecanismos de ação devem ser realizados para melhor compreensão dos resultados.